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Mudanças perceptíveis no cenário nacional

 

 

 

 

 

Ao longo dos anos, desde o impedimento da ex presidente Dilma Rousseff, existiram algumas mudanças no cenário brasileiro, mas não falo de acontecimentos que tiveram grande destaque na mídia. As mudanças na rua, no nosso dia-a-dia, são as mais significativas, de um ponto de vista pessoal. 

Ao caminhar nas ruas, seja na capital ou no interior o cenário se repetia. Durante a presidência de Temer, existiu uma espécie de incubação, nesse período as multidões foram sendo incitadas, foram divididas. Os verdes amarelos, usando a camisa da seleção brasileira e a bandeira nacional, apegando-se a um símbolo que deveria ser de todos. Os vermelhos também entraram na divisão não menos agressivos com suas reivindicações. 

Esses dois assumiram papéis antagônicos na história brasileira e quanto mais o tempo passava mais mudanças aconteciam. Na rua, quem tivesse de verde e amarelo só poderia ser da galera do “bandido bom é bandido morto” e quem tivesse de vermelho tinha que ser “defensor dos direitos humanos”. 

Com a chegada das eleições era nítido o ódio de ambos os lados, presenciei agressões em meio a protestos ou simples passeatas. Pessoas de verde e amarelo agredindo, moral e fisicamente, pessoas de vermelho igualmente agressivas, sempre buscando provar um ponto. Era uma cruzada para dizer “o meu é maior que o seu”. 

Durante a campanha eleitoral de 2018, vi crianças fazendo símbolos de arma, escutei xingamentos, li barbaridades na internet, manifestações nazistas… Declarações absurdas vindas de um candidato. As famílias e círculos de amigos foram divididos, amizades desfeitas. Tudo isso tinha o mesmo propósito cita acima. 

Logo as eleições viraram uma disputa de egos. Lula, mesmo encarcerado, roubando holofotes do candidato Fernando Haddad, prometendo uma volta triunfal — que nunca aconteceu. Jair Bolsonaro com as suas declarações criminosas que deram bastante trabalho para os jornalistas, cada dia era uma informação nova — um novo escândalo.

Depois aconteceu o impensável, a normalização de inúmeros preconceitos, declarações que violavam o direito individual das pessoas. Ao andar nas ruas era, e ainda é, comum ver pessoas fazendo símbolo de arma, até nas lojas de acessórios era possível comprar o seu cordão com um pingente de AK-47 — com versão infantil, pintado de rosa. 

A mudança no governo aconteceu e com ela retrocesso. O governo começou bagunçado, mas diziam “calma é só o início, depois as coisas se normalizam. Logo as pessoas começam a parar de babar de raiva”, mas não foi isso que aconteceu. A intolerância ganhou um lugar ao sol, sentado à direita do maior símbolo de poder de um país.

Mas a pergunta que não quer calar: por que Michelle Bolsonaro recebeu 89 mil de Fabrício Queiroz?

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