E se segundos antes da morte pudéssemos fazer um upload da nossa consciência para viver em uma realidade virtual?
Estamos em uma era digital e isso já não é mais novidade. Os avanços tecnológicos são cada vez maiores, por isso, não é tão difícil de imaginar a proposta que a série “Upload: Realidade Virtual” traz.
Disponível no Prime Vídeo, streaming da Amazon, a sitcom é ambientada no ano de 2033, quando a tecnologia já dominou por completo as relações humanas, desde carros que dirigem sozinhos por comando de voz até a possibilidade de viver após a morte em uma realidade virtual que a pessoa pode escolher ainda em vida.
Basicamente, funciona da seguinte forma: caso a pessoa esteja próxima de morrer, ela pode “carregar” sua vida para uma espécie de HD que será responsável por transportá-la para uma realidade virtual onde é possível se comunicar com outras pessoas, que também fizeram o upload, comer, ter momentos de lazer, etc. Tudo isso é controlado por uma agência, onde os funcionários, vivos, conversam com os mortos como se eles fossem personagens de um jogo.
A dinâmica da série ganha ritmo quando o programador Nathan sofre um acidente de carro. Entre a vida e a morte, ele é convencido por sua namorada a “carregar a consciência” para uma vida no universo digital, onde eles poderão ficar juntos quando ela morrer. Nathan parece aceitar sua realidade até perceber que sua vida, ou morte, é cheia de restrições, de acordo com o plano que sua namorada resolveu pagar.
Além disso, um vizinho de Nathan em LakeView, lugar para onde as pessoas são enviadas após o upload, levanta a suspeita de que Nathan pode ter sido assassinado, já que o programador estava trabalhando em um projeto para oferecer uma vida virtual gratuita da mesma forma como a que muitos pagavam caro para viver em LakeView.
Com todas as dúvidas e dificuldades em se adaptar à nova rotina, Nathan se aproxima de Nora, uma representante viva que é responsável por atender esses “mortos”, uma espécie de “anjo” da realidade virtual. Enquanto ajuda Nathan a aceitar sua situação, e lida com os próprios problemas no mundo real, Nora acaba criando sentimentos pelo programador e procura saber o que realmente está por trás da morte dele.
Parece um pouco confuso, não é? Mas, na verdade, é assustador pensar o quanto podemos estar próximos do momento em que as pessoas realmente vão tentar fazer um transporte para o universo digital, em uma tentativa de escapar da morte.
A produção lembra levemente as premissas trabalhadas em Black Mirror, mas não deixa de inovar em muitos aspectos. Vale a pena assistir para analisar e refletir a respeito dos contornos que a tecnologia tem dado para as nossas vidas.