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A exaustiva tarefa de seguir lutando pelo óbvio

Fazendo o exercício de revisitar minha mente em busca de algum registro sobre a última notícia boa que li na internet me vi diante de uma tarefa bastante difícil. Eventualmente lembrei da publicação dizendo que a vacina começaria a ser ofertada para pessoas entre 18 e 59 anos, sem comorbidades, no Ceará. Mas mesmo tendo essa notícia boa como referência, ao recordar os comentários que jorram nesta publicação novamente retorno à dúvida sobre os caminhos que temos tomado enquanto humanidade.

Se me falassem há alguns anos que chegaria o momento em que defender coisas óbvias como atendimento de saúde básico, acesso à educação, notícias verdadeiras, vacinas e, principalmente, a vida, viraria motivo de um grande ataque de ódio, eu custaria acreditar.

E é isso que mais tem me assustado nos últimos tempos, o quanto os seres humanos se tornaram insensíveis a cuidar do próximo. Essa falta de cuidado torna, muitas vezes, exaustivo seguir fazendo um trabalho de conscientização para o que é evidente e está bem diante dos nossos olhos.

Lembro que no início da pandemia muitas pessoas usavam frases motivacionais para dizer que sairíamos melhores, afinal, estávamos passando por uma jornada de aprendizado. Mas, honestamente, gostaria de conversar com quem defendia essas ideias por apenas cinco minutos e saber se elas mantêm o mesmo pensamento. Ou talvez, se elas são capazes de mostrar onde estamos melhores.

O que mais vi nos últimos meses foram as pessoas, sem generalizações, mostrando lados inimagináveis, e que de melhor não tinham nada. Ataques para todos os lados, vidas sendo resumidas a números e ideologias políticas acima de tudo e de todos.

Ainda não saímos, e estamos longe de sair, da realidade em que a pandemia da Covi-19 nos colocou. Mas, mantendo a esperança de que chegaremos à luz no fim do túnel, o que teremos de melhor para oferecer? O que fizemos nos últimos meses para compartilhar mandamentos de cuidado, proteção e amor? Ao olhar para trás, você consegue enxergar, um percurso que te ajudou a ser uma pessoa melhor?

Tenho feito este exercício de me questionar e me avaliar antes mesmo de apontar o dedo para o outro. E pessoalmente falando, sei que ainda há muito mais a ser feito e muito mais a melhorar.

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