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Vaquejada: A festa da tortura.

A vaquejada surgiu no Brasil em meados dos anos 40, como uma forma de diversão para os vaqueiros. Cada um tentava mostrar suas habilidades correndo na mata para pegar o boi que fugiu do rebanho e o patrão, achando interessante, transformou essa prática numa competição.

Nessa época, os animais eram tratados como seres inferiores, tendo direito a comida apenas se executassem algum tipo de trabalho. Tempo em que não se falava nem em direitos humanos, menos ainda em direito dos animais.

A vaquejada virou esporte e nessa diversão o animal, além do sofrimento físico e mental, muitas vezes têm seu rabo arrancado. Vários laudos técnicos mostram consequências de muitas gravidades e diferentes tipos de lesões, que comprometem seus nervos e sua medula espinhal, além de fraturas nas patas. O animal corre desesperado sem saber pra onde ir e sem ter, em nenhum momento, demonstrado desejo de estar ali.

A vaquejada foi reconhecida como manifestação cultural nacional e elevada a condição de bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, mediante a Lei 13.364. Assim, essa prática deixou de ser considerada cruel, porque humanos se reuniram e decidiram que é só uma diversão, e o boi que aguente.

Todas as torturas que o animal sofre vão contra o direito dos animais, lembrando que o boi antes de participar da “manifestação cultural” fica preso e isolado para que sofra mais estresse e quando for solto tenha mais desejo de correr. O animal continua nesse sofrimento poque alguns querem preservar esse espetáculo de tradição de tortura em algo tradicional para ser repassado às próximas gerações.

Vejam o que diz a respeito o Dr. em Direito Humberto Cunha ao jornal O Povo: “O maltrato aos animais para puro e egoístico divertimento humano, como ocorre na vaquejada diletante, é algo já proibido por nossas leis e confirmado pelo Supremo Tribunal Federal, em casos com o da “farra do boi” e das rinhas de galos e de outros animais. Nisso segue-se uma tendência civilizatória mundial: significativa parte da Espanha, por exemplo, já não mais admite a tourada, algo tão forte naquela tradição que servia de ícone ao país.”

A vaquejada é esporte onde só o humano se diverte, enquanto tortura fere e submete o animal ao extremo de sua crueldade. Vamos torcer para que a sensibilidade faça morada no coração dos humanos que elaboram as leis que nos regem, que regem os animais, e que em muito breve possamos comemorar o fim dessa festa demoníaca.

Lei da vaquejada: Raízes da contradição | O POVO

https://www20.opovo.com.br › vidaearte › 2013/01/29

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