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Para quem gosta de cultura ao quadrado, fica a dica: documentário retrata produção gráfica independente no Ceará

Cara pessoa que gosta de cultura ao quadrado, você está aí sem saber o que fazer nesta quinta-feira? Pois bem! Que tal, além de assistir um documentário genuinamente cearense, aproveitar para conhecer mais sobre a produção gráfica independente do estado? Essa é a proposta de “Ceará Marginal”, projeto audiovisual que estará em cartaz gratuitamente no Cineteatro São Luiz, nesta quinta-feira, 10 de novembro, às 19h. Marcou aí na agenda? Assim, você toma sua dose diária de cultura não só uma, mas duas vezes por dia!

Agora você me pergunta: o que seriam essas produções gráficas? E como elas surgiram no cenário cearense? Ora, pois fique sabendo que aqui no Ceará, nos últimos 50 anos, inúmeras publicações movimentaram ideias e vozes consideradas subterrâneas. Devota do “faça você mesmo”, essa tal da produção gráfica independente se materializou em fanzines, jornais, revistas, livros e sites. 

E é aí que entra o Ceará Marginal, um documentário justamente sobre essa cena cultural das publicações independentes produzidas em solo cearense. A produção foi contemplada no Edital de Apoio ao Audiovisual Cearense, da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), pela Lei Aldir Blanc e apresenta um recorte, da década de 1970 aos dias atuais, por meio de depoimentos de artistas que produziram suas próprias publicações, criando uma corrente à margem do circuito oficial. São editores, autores e artistas que recorreram à autopublicação em busca de liberdade, que criaram, individualmente ou em grupo, os meios de propagar suas ideias e obras.

Créditos: Degagê

Iniciativas diversas como as de jornais libertários ainda no período de reabertura política do Brasil, jornais que lutaram pela afirmação da cultura popular, revistas literárias, boêmias, comportamentais, quadrinhos underground, fanzines sobre a cena do rock, ideais anarquistas e selos editoriais autônomos são exemplos da diversidade de propostas editoriais apresentadas no documentário.

A direção de Ceará Marginal é do cearense Weaver Lima, artista que nos anos 90 integrou o Seres Urbanos – grupo de fanzineiros que é uma referência no circuito underground brasileiro; e nos 2000, criou o coletivo MONSTRA, que atualmente funciona como uma produtora cultural especializada em projetos de arte (exposições, publicações e filmes). A ideia do documentário nasceu da vontade de pesquisar a produção independente do Ceará.

O filme foi realizado em meio à pandemia de Covid-19 durante o ano de 2021. O processo de pesquisa mapeou quase uma centena de iniciativas no universo da produção gráfica independente cearense. Foram selecionados e entrevistados 30 artistas, resultando em mais de 50 horas de gravação.

O documentário em longa-metragem Ceará Marginal é o primeiro produto audiovisual dessa pesquisa. Um registro sobre um circuito cultural que, longe dos holofotes, se ramifica em diversas direções. Um passeio pela produção que acontece à margem. Um filme sobre a paixão de se autopublicar. 

Ficou interessado em conhecer essas produções? Aproveite então para fazer seu passeio cult de quinta no Cineteatro São Luiz e experimente essa dose dupla, ao quadrado, e todas as demais operações matemáticas aditivas, para apreciar a arte, a cultura e a força das produções cearenses, sejam audiovisuais, gráficas, ou impressas. Bom filme!

 

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