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Rayssa Leal: a fadinha brasileira

Rayssa Leal disputando competição de skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Foto: reprodução

O período de Olimpíadas parece contagiar pessoas ao redor do mundo. São milhões de olhos fixos nos mais diversos esportes, recuperando, ainda, o sentimento de nacionalismo muitas vezes perdido pela apropriação indevida de elementos nacionais. Para os brasileiros, as Olimpíadas de Tóquio têm mostrado que ainda é possível hastear a bandeira e torcer para ouvir o hino nacional ao celebrar a conquista de um tão sonhado ouro pelos atletas que abdicam de muito para representar o país.

Mas, para além das competições, o que torna os Jogos Olímpicos tão marcantes são os personagens que se apresentam ao público, muito mais do que atletas, seres humanos que, com suas histórias de superação, conseguem inspirar tantas outras vidas. E para inspirar, não tem idade. No perfil de hoje você conhece Rayssa Leal, a brasileira, de apenas 13 anos, medalhista olímpica de skate.

Jhulia Rayssa Mendes Leal nasceu em Imperatriz, no Maranhão, no dia 04 de janeiro de 2006. Aos seis anos de idade ganhou o seu primeiro skate, desde então começou a praticar e não parou mais. Rayssa viralizou na mídia de uma forma um tanto quanto curiosa. Um belo dia 7 de setembro, ela estava fantasiada de fada para uma comemoração na escola. Quando saiu do local, resolveu fazer algumas manobras no skate, tentando encaixar um salto de uma parte mais alta da calçada. Ela tentou, mas não conseguiu. Tentou uma outra vez, mas não conseguiu. Até que, vestindo as asas de fada, a menina tentou novamente e voou, aterrizando com maestria. O vídeo viralizou e a partir de então Rayssa ficou conhecida como “fadinha brasileira”.

Rayssa seguiu se aperfeiçoando e mesmo tão nova começou a participar de competições de skate ao lado de atletas consagradas. Em 2019, participou do Street Skateboarding Championship, em Londres, garantindo o terceiro lugar com uma pontuação de 26. No pódio, ficou atrás apenas de Pâmela Rosa, outra skatista brasileira, e Hayley Wilson, australiana. No mesmo ano, ela garantiu o primeiro lugar no Street Skateboarding Championship, disputado em Los Angeles.

Surgindo para muitos quase em um passe de mágica, Rayssa se destacou pelo seu talento. Mas de mágica, não tem nada. Focada no que realmente gosta de fazer, ela se dedica ao skate e colhe os frutos do seu trabalho. Com o destaque no campeonato, a “fadinha” chegou aos Jogos Olímpicos de Tóquio como uma das principais promessas brasileiras para trazer uma medalha na categoria que estreou pela primeira vez como modalidade olímpica.

Com apenas 13 anos, a atleta mais jovem da delegação brasileira, Rayssa foi à pista na madrugada de domingo para segunda. Com um sorriso no rosto e uma leveza percebida de longe, quase não parecia que estavam disputando uma das principais competições esportivas do mundo. Os holofotes não a intimidaram, a maranhense fez seu trabalho com maestria e comprovou o que já era esperado: a medalha veio.

Rayssa Leal, medalhista olímpica. Foto: reprodução

Rayssa Leal, a “fadinha” brasileira conquistou uma medalha de prata na categoria Street Skateboarding dos Jogos Olímpicos de Tóquio e se tornou a atleta brasileira mais jovem a conquistar um pódio olímpico. Na história da Era Moderna, ela é a terceira medalhista olímpica mais jovem em um esporte individual, assumindo a posição ao lado de Dorothy Hill, americana medalhista em 1928 nas Olimpíadas de Amsterdã, e Inge Sorensen, dinamarquesa medalhista em 1936 nas Olimpíadas de Berlim.

Com toda uma carreira ainda pela frente, Rayssa Leal já entrou para a história do esporte mundial e segue como um exemplo para tantos outros jovens atletas, sobretudo meninas que passam a enxergá-la como uma prova de que podem fazer o que quiserem. Como publicado pela atleta na sua conta do Instagram (@rayssaleal8), “não existe futuro sem passado. Se eu estou aqui hoje, é porque o skate brasileiro tem história Se eu estou aqui hoje, junto de outros 11 atletas, é por causa de todos os skatistas “das antigas”, que fizeram o nosso esporte chegar até aqui.”

 

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