Fortaleza, CE
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As labaredas queimando o parque do Cocó

   O silêncio da noite foi quebrado pelo barulho das labaredas que cantavam a morte das árvores, dos animais e de qualquer outro ser vivente que habitasse aquele local do parque.

   Fortaleza amanheceu com o céu coberto de fumaça e nas redes sociais os internautas postavam vídeos onde se via helicópteros em meio aos pássaros, que estavam visivelmente atordoados. Todos os meios de comunicação estavam voltados para o parque que agonizava com suas árvores e animais virando cinza.

   Não é difícil imaginar o sofrimento dos que estavam na luta pela sobrevivência; nos ninhos, onde as árvores caiam em chamas, na terra que ardia, no lastre de morte que o fogo deixava por onde passava. O corpo de bombeiros correndo contra o tempo e contra o fogo, o vento soprando em muitas direções e os voluntários que chegavam trazendo no coração a esperança de ajudar a salvar os animais que corriam desesperados

   Dados do Inventário Florestal Nacional (IFN) apontam que 346 espécies arbóreas, arbustivas e também palmeiras compõem a vegetação do Cocó, sendo sete exclusivas do parque. Nos meios de comunicação, especialistas já falam da dimensão do incêndio, afirmando que mais de 46 hectares foram destruídos pelo fogo. Para se ter uma ideia de dimensão, isso equivale a 6 campos de futebol, cada um do tamanho do Castelão.

   Autoridades falam que uma grande investigação será feita, e que o reflorestamento vai começar o mais rápido possível. Resta torcer para que todas as promessas sejam cumpridas, que seja descoberto o que falhou e permitiu um desastre dessa magnitude. Que a fiscalização desse patrimônio esteja sempre a postos para cuidar de sua vegetação e garantir a vida de todos que ali habitam. E que nunca mais tenhamos que noticiar algo tão triste.

   O parque queimou e ficou um rastro de morte por todo canto, uma tristeza que parece emanar da terra sofrida, do resto do fogo que ainda teima em permanecer, do cheiro de fumaça se misturando com a poeira, com as cinzas e com o silêncio.

Um comentário

  1. CECILIA NUNES RABELO disse:

    Que nunca mais aconteça e que os responsáveis sejam punidos a contento. Infelizmente, nada trará essas vidas de volta.

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