Na última sexta-feira (28) de agosto um comunicado foi feito a população fortalezense. Na live, o governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio afirmaram que a partir de 1.º de setembro será permitido o funcionamento de teatros, cinemas, bibliotecas, entre outros.
Uma verdade é que absorvemos cultura de inúmeras formas, mas as mais conhecidas são aquelas que podemos transformar em “objeto”. Uma peça, um filme, um livro, são objetos que contam histórias de formas diferentes, mas o resultado sempre acaba sendo o mesmo, que é a expressão do sentimento no espectador.
Por sentimento entende-se, amor, alegria, decepção, angústia, tristeza, êxtase… a emoção humana é como ir em uma grande montanha-russa com olhos vendados, você dificilmente sabe o que vai sentir a seguir. Esses meses de quarentena, alguns em isolamento físico total, foram difíceis para os amantes da cultura.
Claro que existem ferramentas digitais para visitação de espaços, temos plataformas para assistir filmes/peças gravadas, e-books, e inúmeras outras formas de acessar conteúdos, mas nada disso se compara a entrar em um cinema com aquele cheirinho de pipoca. Você lembra como é sentar naquele ambiente? Confesso que sinto falta até daquele colega que fica chutando a cadeira ao longo do filme.
A nostalgia da vida normal de antes não deve obscurecer a clareza e a razão que o momento pede. É verdade que, em 1 de setembro, cinemas, teatros e bibliotecas poderão funcionar legalmente, com a capacidade reduzida (35% do total), mas será que é responsável frequentá-los?
Atualmente é comum ver praias lotadas de banhistas, filas enormes em restaurantes — sem distanciamento social —, lojas de departamento abarrotadas de compradores. Estes serviços foram liberados pelo governo, mas as pessoas, e alguns estabelecimentos, não cumprem as regras para o funcionamento.
Seja sincero, você já foi a um shopping depois da liberação, e me diz aí: como estavam as filas na praça de alimentação? como você acha que serão as filas dos cinemas? Pode falar a verdade, ninguém vai ouvir a sua resposta.
Pela experiência que já vivenciei nos shoppings de Fortaleza, devo dizer que com esse novo decreto a minha preocupação só aumenta. Claro que existem estudos por trás da decisão, mas a ciência não mostra na prática no dia-a-dia. Acredito que os cinemas vão ter filas enormes, todo mundo “embolado” junto, a demora vai ser grande, mas a insistência das pessoas será maior ainda.
A reabertura desses espaços é importante, a nossa alma precisa de arte, mas a liberação deve vir acompanhada de bom senso, tanto dos clientes quanto dos estabelecimentos. Não é necessário procurar muito para ver que a irresponsabilidade na capital está gritante.
Antes de frequentar os lugares presentes na liberação do novo decreto, procure saber como funciona a organização. Se você chegar e ver filas com pessoas extremamente próximas então é um sinal para você correr pra longe, não vale a pena colocar a sua saúde e a de outros em risco.
Filmes, peças, livros são alimentos para nossa alma, mas não são atividades que devam ser feitas essencialmente de forma presencial. Se puder, fique em casa e não frequente lugares com aglomerações de pessoas. A pandemia mundial ainda não acabou então não devemos nos comportar como se tivesse.
#FiqueEmCasa