“O Auto da Compadecida”, Ariano Suassuna.
“Martini Seco”, Fernando Sabino.
“Venha ver o pôr do sol e outros contos”, Lygia Fagundes Telles.
“Uma professora muito maluquinha”, Ziraldo.
Livros que fizeram parte do meu imaginário e da minha fuga da vivência cotidiana. Alguns, durante a infância. Outros, logo no início da adolescência. Talvez, tenham sido eles, assim, tão diferentes, que me encaminharam para o mundo da literatura. E, posteriormente, para o mundo da escrita. Por muito tempo, pensei sobre como não leio tanto quanto eu gostaria. Esse sentimento continua – não foi e nunca será o bastante.
Não sei o porquê, mas, quando criança, eu sempre dizia: “não gosto de ler”. Talvez tenha partido de um alerta, de parentes próximos, sobre como eu ia “ficar louca” se continuasse enfiada nos livros. Ou a aparição das novas tecnologias na minha casa. Mais pra frente, percebi que já tinha lido tantos livros que não fazia mais sentido repetir a frase.
A rotina anda corrida, diferente dos tempos escolares. Penso: “quando vou percorrer novas aventuras?”. Sei que devo, aos livros do futuro, as tardes no balançador – sob o pé de abacate do quintal da casa dos meus pais de criação. Os dias de chuva, com direito a cafés e bolachas champagne. As noites em que chegava em casa e, antes até de tomar banho, abria um livro para me auxiliar na atividade de casa. Muitas vezes os assuntos nem eram equivalentes, imagina.
Depois, descobri as livrarias e bibliotecas. Ao ir ao shopping, tinha o hábito de visitar a Saraiva, uma das maiores redes de livrarias do Brasil – junto com a Cultura. Ainda que fosse apenas para folhear páginas de uma obra, ir na seção de quadrinhos ou até na de cds e dvds (outra paixão). Recentemente, as livrarias mencionadas pediram recuperação judicial. Todo um mercado da literatura está em risco no Brasil.
Os livros fazem parte das minhas memórias, como quem guarda um tesouro precioso. Mas, acredito, outras experiências estão por vir: com novas companhias, novos lugares e, principalmente, novas histórias. A professora e escritora Lilia Schwarcz lançou a campanha “Adote um Livro”. O intuito é propagar, nas redes sociais, uma fotografia com uma obra, para que essa invenção tão importante continue transformando vidas, acompanhada da hashtag (#) #AdoteUmLivro. Vamos lá?