Esses dias eu estava rolando o feed do Instagram quando me deparei com um post que falava sobre os perigos de estarmos sempre cansados. Fui lendo cada uma das palavras que a autora havia escrito e me identificando em cada uma delas. Além de uma identificação pessoal, também notei como muito do que estava ali se encaixava na realidade de tantas pessoas ao meu redor.
Na verdade, parecia que aquela semana tinha sido escolhida para exibir um letreiro à minha frente com os dizeres “CUIDADO COM O CANSAÇO”. Na noite anterior, durante um encontro entre amigos, escutei vários relatos de pessoas que estavam exaustas. Pelas redes sociais, acompanhei as rotinas desenfreadas de alguns outros amigos. E a falta de tempo para sentar e conversar por alguns minutos com pessoas especiais, também estampou essa realidade.
Dentre muitas coisas que escutei durante estes dias, uma pareceu fazer muito sentido, era algo como “parece que é legal dizer que está sempre cansado”.
De fato, parece que vivemos em um tempo onde o cansaço é algo a ser exaltado. A falta de tempo significa que estamos trabalhando muito, produzindo muito, correndo muito. Mas, ainda assim, a angústia que esse cansaço causa parece dizer que corremos, mas nunca chegamos a lugar nenhum.
Nesse ciclo diário, estamos realmente cansados e sem tempo para aquilo que realmente importa. A exaustão nos leva a viver dias e mais dias sem vida.
Mas a conta também chega, com juros e correção. Tem dias que o corpo não responde, a saúde parece sempre fragilizada e as relações interpessoais se desvanecem porque não temos mais tempo para cultivá-las.
E viver nesse modo automático mostra o quanto perdemos o propósito no que fazemos. O quanto nossa visão está moldada por um sistema de produção onde só o lucro importa. O quanto não sabemos nem que somos além das nossas próprias carreiras. E nem por um momento paramos para pensar se estamos construindo um futuro em terreno sólido ou em uma nuvem de fumaça.