O que é preciso para mudarmos o mundo? Quem tem esse poder? São os políticos e suas promessas eleitorais? Poderiam os jovens, os ditos donos do futuro, mas tão comumente questionados em seu intelecto e compromisso? E às mulheres, empurradas para a condição de submissão, caberia o protagonismo nesse processo?
Se o ativismo jovem já é usualmente desconsiderado pela hierarquia geracional, imagine só quando essa juventude é feminina. Contrariando as etiquetas e os preconceitos, mulheres ao redor do mundo têm assumido posição de destaque em lutas sociais e pela preservação do planeta.
O Mural listou quatro jovens mulheres inspiradoras que nos deixam com a sensação de que a voz da esperança existe. E é feminina.
- Artemisa Xakriabá
Enquanto figuras políticas e o representante do Brasil negavam a destruição da Amazônia, Artemisa Xakriabá, aos 19 anos, discursava em um protesto em Manhattan, pedindo atenção para o que estava acontecendo no país.
Integrante da tribo Xakriabá, a jovem líder da juventude indígena brasileira é uma voz emergente no tocante à luta indígena contra as mudanças climáticas ou simplesmente a manifestação da existência que demonstra a resistência de seu povo.
Sua voz alcançou projeção mundial após seu discurso na cúpula da Juventude pelo Clima, realizada em Nova Iorque. Artemisa, representando as comunidades indígenas, expressou sua indignação diante do descaso em relação aos efeitos do colapso climático e destacou que os povos indígenas são imensamente afetados por tais consequências.
Lutando pela preservação de territórios e pela conservação do sangue indígena em pulso, Artemisa luta por todos nós.
2. Greta Thunberg
Aos 17 anos, Greta é um dos nomes mais importantes do ativismo ambiental atualmente. Ao decidir faltar aula e se colocar em frente ao Parlamento sueco segurando um cartaz em protesto às mudanças climáticas, motivada pela onda de calor e incêndio que aconteciam na Suécia, Greta incentivou e mobilizou milhares de jovens ao redor do mundo no despertar da preocupação com o futuro ambiental, levando um movimento histórico para a luz do dia.
Thunberg, que assumiu sua condição de autista, declarou abertamente que essa circunstância a ajuda a pensar e ver as coisas fora da estrutura tradicional. “Consigo ver através das mentiras”. Munidos de informação, seus discursos pertinentes e atitude inspiradora a levaram ao título de personalidade do ano em 2019 pela revista Times e à indicação ao Prêmio Nobel da Paz.
3. Amika George
Você já ouviu falar no termo “pobreza menstrual”? Ele diz respeito ao fenômeno que leva diversas jovens a faltarem às aulas por não terem acesso aos produtos de higiene menstrual.
Ao ler um artigo sobre o assunto em 2017, Amika George, aos 17 anos, sentiu que deveria agir. A adolescente britânica lançou a campanha #FreePeriods, chamando o governo à responsabilidade de fornecer esses produtos gratuitamente para aquelas que não conseguissem comprar.
A iniciativa rapidamente se expandiu, ganhando forças e se desenhando como um efetivo e organizado movimento. Amika obteve resposta do governo, que prometeu fornecer às escolas primárias, secundárias e universidades do Reino Unido produtos de higiene menstrual.
Ta aí a prova de que o ativismo funciona!
4. Malala
Você provavelmente já conhece a história dela. A garota paquistanesa que, aos 11 anos de idade, escreveu um diário sobre sua vida de estudante no país sob o domínio do talibã. A obra virou um sucesso quase que instantâneo, e a jovem começou a ir à público defender o direito das mulheres à educação. Três anos depois, aos 15, sua visibilidade e engajamento político colocou-lhe uma bala na cabeça, na saída da escola. Tentaram interromper Malala, mas ela nunca parou.
O ativismo de Malala pela educação feminina tem influência e impacto internacional. Em 2014, ela se tornou a pessoa mais jovem da história a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Ela é uma voz que já alcançou a eternidade, mas que está cada vez mais presente e ressonante. Ou melhor dizendo: Malala não está, Malala é presente.