Tarsila do Amaral, gloriosa artista do modernismo brasileiro, nasceu em 1 de setembro de 1886, na cidade de Capivari, São Paulo. Desde muito jovem, Tarsila já manifestava seu interesse por arte, pintando seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos.
A artista casou-se pela primeira vez com André Teixeira Pinto, seu primo, com quem teve sua única filha, Dulce. Anos mais tarde, aos 31 anos, Tarsila decide pelos estudos de arte impressionista e, sob a orientação de Pedro Alexandrino, aprende as técnicas de pintura. Em 1920, vai viver em Paris para estudar na Academia Julian. Em 1922, influenciada pela estética cubista, participa do Salão Oficial dos Artistas Franceses, expondo suas obras com técnicas do cubismo.
Enquanto isso, no Brasil, artistas que posteriormente viriam a ser chamados de modernistas, organizaram no saguão do Theatro Municipal de São Paulo, na semana do dia 13 a 18 de fevereiro de 1922, exposições de obras que propunham uma nova cara para a arte brasileira. Tarsila, ainda em Paris, toma conhecimento dos fatos através de correspondências que trocava com Anita Malfatti. Retornando para o Brasil, Tarsila adere ao movimento modernista e, ao lado de Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Mario de Andrade e Menotti Del Picchia, forma o Grupo dos Cinco (grupo mais importante da Semana de 22).
A Semana tornou-se um marco histórico de referência para a independência artística do Brasil, projetando o país em novos e revolucionários ares na arte e na cultura, cujas obras tinham ênfase no popular, na brasilidade e no brasileiro.
Entre 1920 e 1930, Tarsila pinta suas obras de maior relevância, incluindo a obra de arte mais importante da história da arte brasileira: Abaporu (1928). Nessa época a artista também cria os movimentos Pau-Brasil e Antropofágico (movimentos nativistas que traziam o compromisso com a brasilidade e a estética do modernismo brasileiro). Em 1926, Tarsila e Oswald se casam, separando-se em 1930.
Tarsila seguiu viajando. Em 1931, expôs seus trabalhos em Moscou. Em 1934, participou do primeiro Salão Paulista de Belas Artes. Em 1967, na Galeria Tema, foi organizada uma exposição retrospectiva em homenagem à artista: “Tarsila, 50 anos de pintura”. Na época, Tarsila já estava paralítica, vítima de um erro médico durante uma cirurgia na coluna em 1965.
A artista morreu em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973. Sua coragem e sua obra artística a alçaram ao posto de pintora brasileira mais importante de todos os tempos. Tarsila ousou sair da caixinha do que estava sendo feito em termos de arte no país, ousou sonhar um Brasil diferente.