Fortaleza, CE
contato@muraldaanapaula.com.br

Uma noite em 67: a história de grandes artistas brasileiros durante os festivais musicais

O ano de 1967 foi um ano de forte agito tanto no cenário musical como político, os dois amplamente conectados. Enquanto a esquerda brasileira tinha um grande número de adeptos, o regime militar estava cada vez mais estruturado, demonstrando que não era uma fase transitória. 

Em meio a esse contexto, a cena cultural viveu o auge da arte engajada, principalmente na música popular e no teatro. Os intelectuais de esquerda tinham grande espaço midiático e ocupavam lugares de prestígio na indústria cultural, mas acabavam se distanciando das classes populares, uma vez que o público com potencial de consumo estava nas classes médias dos centros urbanos. 

 

Dessa forma, os festivais musicais eram organizados com o objetivo de instigar a competição entre os artistas que, em contrapartida, tinham a oportunidade de apresentarem suas canções ao público por meio de um alcance televisivo em rede nacional. O Festival da TV Record, um dos mais populares da época, tinha em seu palco grandes nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo, etc. 

 

Apesar de estruturado quase de forma novelesca, com cantores escolhidos para ocuparem os espaços de mocinhos e vilões, os músicos que participavam do Festival procuravam transformar as fórmulas musicais da época e traduzir para o público as questões enfrentadas pela sociedade brasileira, a exemplo de canções críticas tínhamos Ponteio, de Edu Lobo, e Roda Viva, de Chico Buarque, que conquistaram o público com letras reflexivas. 

 

Foi no palco do Festival, que explorava bastante a MPB, que dois cantores se destacaram e deram início a uma nova etapa do cenário musical brasileiro. Caetano Veloso e Gilberto Gil trouxeram para suas apresentações as canções “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque”, respectivamente, onde misturavam elementos das canções nordestinas, Bossa Nova e o Pop. Gil se apresentou ao lado dos Mutantes, grupo de rock de São Paulo, e Caetano contou com a presença dos Beat Boys, grupo argentino que se inspirava nos Beatles. 

 

Nas apresentações uma grande revolução para a época, as guitarras elétricas invadiram a Música Popular Brasileira e ajudaram a construir as performances e canções que traziam uma imagem inovadora sobre as experiências urbanas, rompendo com as temáticas do morro e do sertão que eram típicas da MPB. Dessa forma, os dois artistas deram abertura para um movimento que se instauraria logo a seguir, em 1968, o tropicalismo.

 

Para conhecer mais sobre a realidade da sociedade brasileira naquele período, assista o documentário “Uma noite em 67” e descubra, através dos próprios artistas que viveram essa época, sobre a história da arte naquele período. 

Para assistir acesse o link https://youtu.be/krqdqBiDt4k.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *