Fortaleza, CE
contato@muraldaanapaula.com.br

MULHERES NO CINEMA: DIRETORAS QUE MERECEM SUA ATENÇÃO

 

Desde a primeira edição do Oscar, em 1929, apenas cinco mulheres foram indicadas na categoria de Melhor Direção. Em tempos de temporada de premiações do cinema, a discussão sobre a falta de mulheres nessa categoria sempre vem a tona. Apesar do assunto ganhar cada vez mais força e relevância, ainda é bastante visível a diferença entre os gêneros. Em um espaço ainda dominado por homens, promover mulheres me parece quase uma obrigação. Então, aí vai uma lista de diretoras da atualidade que no exercício de suas profissões, demonstram toda a eficiência e excelência que alguém pode alcançar ao ocupar o comando de uma produção audiovisual. 

  1. GRETA GERWIG

A quinta mulher da história do Oscar indicada na categoria de melhor direção teve seu nome no centro dos holofotes da crítica e do público pelo desempenho do primeiro filme em que assinou roteiro e direção, Lady Bird (2017).

Greta, 36 anos, nasceu e foi criada em Sacramento, Califórnia. Apostando na carreira de atriz, sua estreia foi em LOL (2006), longa de Joel Swanberg. Ao lado de Swanberg, ela escreveu e atuou em Hanna Sobe as Escadas (2007) e em 2008 assumiram juntos o roteiro, direção e atuação de Nights and Weekends. Na ocupação de atriz, Greta desempenhou papéis formidáveis em filmes como Sexo Sem Compromisso (2011), Frances Ha (2012), longa em que também assume o roteiro, e Mulheres do Século 20 (2016)

Após o sucesso de Lady Bird, Greta voltou para os holofotes do mainstream ao escrever e dirigir a adaptação do clássico da literatura americana, Adoráveis Mulheres (2019). Sucesso de crítica, o segundo filme de Gerwig como diretora concorreu a seis categorias do Oscar 2020: Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Atriz Coadjuvante, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado. A ausência de Greta na categoria de Melhor Direção foi amplamente criticada. 

O deslize (ou machismo, se preferir) do Oscar, no entanto, não impediu a aclamação de Greta, que se confirma como um dos nomes mais emergentes do cinema quando se fala em direção. 

Você ainda vai ouvir falar muito nela!

2. AVA DUVERNAY

Considerada uma das mais influentes diretoras da atualidade, Ava DuVernay faz movimentar o debate racial com suas produções críticas ao racismo. 

A norte americana de 47 anos acumula prêmios e indicações nas mais importantes premiações cinematográficas. Ao escrever, produzir e dirigir Middle of Nowhere, Ava fez história como a primeira mulher negra a ganhar o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cinema Sundance de 2012. 

Em 2014, a cineasta dirigiu o filme Selma: Uma Luta pela Igualdade, produção que retrata as manifestações lideradas por Martin Luther King Jr. e sua luta por direitos para a população negra dos Estados Unidos. O longa foi indicado ao Oscar de Melhor Filme e rendeu também uma indicação a Melhor Direção no Globo de Ouro. 

Ganhando prêmios de Melhor Roteiro de Documentário e Melhor Documentário no Emmy e marcando presença mais uma vez no Oscar 2017 com A 13ª Emenda, DuVernay se consagra como uma das vozes mais relevantes do audiovisual, sempre explorando sua veia política social. 

Provando sua excelência em tudo que faz, Ava assina ainda a criação, produção e direção de uma das produções mais potentes e importantes da Netflix, a minissérie Olhos Que Condenam. Como já era de se esperar, a produção foi premiadíssima e aclamada mundialmente. 

Imagina a dor nas costas de carregar tanto poder e representatividade? Viva Ava DuVernay!

3. CÉLINE SCIAMMA

Rosto conhecido dos festivais mais importantes, Sciamma carrega um arsenal de prêmios e elogios por suas obras autorais e marcantes. 

A diretora francesa se debruça sobre o estilo minimalista e se destaca pelo olhar apurado direcionado ao universo feminino. 

O drama Retrato de uma Jovem em Chamas (2019), premiado no Festival de Cannes, colocou Sciamma nos holofotes mundiais. Assumindo a direção do longa, a cineasta conseguiu o feito de se tornar a primeira diretora a vencer o Queer Palm por melhor filme com temática LGBTQ+. 

É na comunidade LGBTQ+ que Céline concentra sua filmografia, abordando temas que envolvem fluidez de gênero e identidade sexual, tratando o assunto sempre com profundidade, respeito e cuidado. 

Seu primeiro curta, Pauline (2009), que explora a questão da identidade sexual, fez parte de uma campanha contra a homofobia do governo francês. Já em Tomboy (2011), Sciamma conta a história de Laure, uma criança de 10 anos que passa a se apresentar como Mikael. O longa faturou o prêmio Teddy no Festival Internacional de Cinema de Berlim por melhor filme com temática LGBTQ+. 

Preciosidade! 

4. ANNA MUYLAERT

E vamos de Brasil para fechar a lista! 

Responsável por Que Horas Ela Volta? (2015), Mãe Só Há Uma (2016), É Proibido Fumar (2009) e Durval Discos (2003), Anna é destaque no cinema nacional. 

Com suas narrativas poderosas, a cineasta já ganhou prêmios no Festival Sundance e Festival de Berlim com Que Horas Ela Volta? e faturou um Teddy Awards por Mãe Só Há Uma, pela temática LGBTQ+. 

Suas produções, sempre sutis e profundas, costumam abordar temas da esfera social, refletindo sobre o Brasil e suas particularidades. Anna Muylaert é uma das diretoras mais respeitadas do país e definitivamente merece sua aclamação. 

Um ícone! 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *