A influência da cultura negra está presente em nossa cultura de muitas formas, entre elas a gastronomia. Pois, os negros, ao serem escravizados advindos ao Brasil para servir aos senhores, não podiam trazer seus temperos e nem podiam usar os temperos das cozinhas das casas grandes. E em busca da alimentação e sem perder a identidade, eles foram adaptando o seu cardápio com o resto que sobrava da casa dos senhores e que era disponibilizado para eles comerem. Na lista de hoje trago três de algumas dessas comidas deliciosas que eles nos deixaram de herança.
ACARAJÉ
Quem não gosta desse bolinho de feijão, frito no azeite de dendê e recheado com vatapá, camarão, caruru e molho de pimenta? Huuum… delicioso!!!
Esse é o carro chefe da culinária baiana e começou a ser vendido na cidade pelas negras alforriadas que com vestimentas próprias de religiões de matrizes africanas colocava as “bolas de fogo” em tabuleiros e saíam pelas ruas ganhando seu pão de cada dia.
CUSCUZ
Ahh, o nosso queridinho!!! Dá “água na boca” só de pensar nele. Rsrs. O clássico brasileiro é originário do Oriente Médio, mais especificamente da área do Maghreb. Tão gostoso assim, ninguém imagina que em seus primórdios ele era servido para alimentar pobres, escravos e bandeirantes, pois era uma comida de preparo rápido e que rendia muito e era possível de comer com carne seca batida no pilão A receita original era composta por trigo e sêmola, com a obrigação da adaptação dos ingredientes, começou a ser usado a farinha de milho ou flocos de milho pré-cozido. E o cuscuz hoje é servido de múltiplas maneiras, seja com manteiga, margarina, ovo ou outros recheios que incrementam a receita e existe em vários formatos: cuscuz paulista, por exemplo, é uma das diversidades deste prato.
MUNGUNZÁ
Nas festas juninas é comum comermos o famoso grão de milho branco cozido temperado com cravo e canela, leite condensado e leite de coco ou ainda a versão salgada com milho cozido e carne de porco.
Famoso em cada região do Brasil, o Mungunzá recebe várias definições. Em São Paulo é chamado canjica. Em Minas Gerais pode ser chamada de piruruca, No Rio de Janeiro é conhecida como canjiquinha. Na região centro-oeste pode ser encontrada como chá-de-burro.
Com várias denominações e várias formas doces ou salgadas o importante é honrar seu significado mu’kunza, que significa milho cozido. E apreciar essa iguaria.
Espero que essa lista tenha te trazido além de conhecimento, aquela vontadezinha de se deliciar com essas iguarias lembrando de valorizar e respeitar este povo que tanto nos ensinou e contribuiu em nosso meio cultural.