Conhecido por tocar MPB autoral, o Grupo Argonautas foi formado em 1999, em Fortaleza (CE, e se apresentou pela primeira vez no teatro do Ibeu-CE no mesmo ano. Antes de subir aos palcos, a história dos Argonautas teve início em 1996, quando os então adolescentes Rafael Torres, Ayrton Pessoa e Raphael Haluli reuniram-se para cantar, compor e pesquisar música, em especial explorar a Bossa Nova.
Ao longo dos anos, os Argonautas consolidaram o trabalho, lançaram discos e também passaram por mudanças na formação do grupo, hoje o quarteto é formado por Rafael Torres, Ayrton Pessoa, Ednar Pinho e Igor Ribeiro. Os artistas trabalham com múltiplos instrumentos, explorando os arranjos com a mistura sonora entre violão, piano, flauta e acordeon, trazendo também o som da viola; saxofone; clarinete; guitarra; metalofone/ glockenspiel; bandolim; contrabaixo; bateria; e diversos instrumentos de percussão.
Entre os trabalhos mais recentes do grupo está o álbum “Argonautas Interpretam Edu Lobo”, com canções de Edu e seus parceiros, entre eles Chico Buarque, Vinícius de Moraes e Aldir Blanc. Já gravado, mixado e masterizado, o terceiro disco dos Argonautas ainda não foi lançado nas plataformas digitais porque o grupo necessita arcar com custos para pagar os royalties dos artistas e o serviço de liberação da Tratore. Com o objetivo de arrecadar o dinheiro necessário, os Argonautas lançaram uma campanha de financiamento coletivo no Catarse e contam com o apoio dos fãs para viabilizar a liberação do projeto.
Para saber mais sobre a campanha de lançamento do disco, o processo de produção e os planos futuros do quarteto, o Mural da Ana Paula conversou com Rafael Torres, representando os Argonautas. Confira a entrevista na íntegra:
Mural da Ana Paula: Vocês estão com uma campanha no Catarse para lançamento do disco “Argonautas Interpretam Edu Lobo” nas plataformas digitais. Como surgiu a ideia do financiamento coletivo e como tem sido essa experiência para vocês?
Rafael Torres (Argonautas): Sim, em 2019 entramos em estúdio sem saber que álbum sairia. Gravamos muita coisa autoral até que perguntei pro Edu Lobo se ele toparia participar de um disco em sua homenagem. Quando ele aceitou, focamos nos arranjos e gravações das músicas dele. Temos muita afinidade com ela. Daí acabou o dinheiro (risos) e o disco ficou alguns meses empacado, porque não tínhamos como pagar os direitos autorais dos parceiros do Edu. Eu ofereci para algumas gravadoras, mas nada dava certo, até que fiz um orçamento com a Tratore. Quando vi a quantia, lembrei que já tínhamos feito um Catarse antes e que tinha dado certo, então colocamos lá. O Catarse é somente para pagar esses direitos autorais para podermos lançar nas plataformas digitais (Spotify, Deezer, iTunes etc.).
Mural da Ana Paula: Falando sobre o disco “Argonautas Interpretam Edu Lobo”, como foi o processo de produção do álbum? Por que vocês optaram por interpretar as canções de Edu Lobo?
Rafael Torres (Argonautas): Porque é um dos nossos compositores favoritos. Em 2004, fizemos um show do qual nos lembramos com muito carinho que era “Homenagem a Edu Lobo”. Quando descobri que ele viu nosso site e gostou muito, fiz contato com ele. Cheguei a ir ao Rio de Janeiro para gravar a voz dele em uma faixa. O disco foi todo feito com recursos próprios. Nós achamos que seria bom para a carreira da banda tocar num repertório tão querido por tanta gente. E, de fato, tem chamado a atenção.
Mural da Ana Paula: Além dos Argonautas, que outros artistas participam de “Argonautas Interpretam Edu Lobo” e como eles contribuem para a formação do resultado final do disco?
Rafael Torres (Argonautas): Leonardo Torres toca piano em Beatriz; Mônica Salmaso canta A Permuta dos Santos; Edu Lobo canta Meia-Noite; Renato Braz canta Sobre Todas as Coisas; Marco Forte canta Ave Rara e Heriberto Porto toca flauta em Corrupião/Ode aos Ratos. Somos eternamente gratos pelas participações e pelo comprometimento com que atuaram. Todos trataram como se fosse a interpretação de suas vidas.
Mural da Ana Paula: Na campanha de financiamento do disco com as músicas interpretadas do Edu Lobo, os discos Jangada Azul e Interiores estão como recompensas para os apoiadores. Na sua visão, como esses projetos evidenciam a sonoridade proposta pelos Argonautas?
Rafael Torres (Argonautas): Nossa sonoridade não é uma só, o que acho que seja verdade para quase todos os grupos. Mas tem uma identidade, você identifica como uma coisa que poderia ter sido feita em qualquer década, e isso apela para a nostalgia de alguns, para a melomania de outros. Os dois discos são: Interiores, que fala de uma saudade de um Brasil e de um tempo que não existe mais, a não ser em pequenas cidades; e Jangada Azul, em que tentamos colocar um rol diverso de canções (algumas bem antigas) e que funcionou muito bem.
Mural da Ana Paula: Como está o planejamento do quarteto para 2022? Algum novo projeto em vista?
Rafael Torres (Argonautas): Temos projetos, sim. Vamos gravar mais (acho que somos sobretudo um grupo de composição e estúdio) e fazer um ou dois “Argonautas Convidam”, que é um formato de show em que trazemos algum músico de fora do estado e tocamos com eles. Fazemos todos os arranjos do repertório que eles escolhem (e fazemos lobby pra eles incluírem músicas nossas). Já fizemos com a Mônica Salmaso, o Renato Braz e o Zé Renato (ex-Boca Livre).
SERVIÇO
Apoie o lançamento do disco “Argonautas Interpretam Edu Lobo”: https://www.catarse.me/disco_argonautas_interpretam_edu_lobo_7deb?ref=project_link
Conheça mais sobre os Argonautas:
Site oficial: https://www.grupoargonautas.com.br/sobrenos
Instagram: https://www.instagram.com/quartetoargonautas/