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As árvores são mais gente do que parece

Ipê Amarelo. Foto: Reprodução

Dia desses, reparei, aqui na minha cidade, em algumas casas que tinham árvores na frente e agora já não têm mais. Lembrei de quando acordei um dia e as lá de casa já não estavam mais lá também. Quando perguntei à algumas pessoas o porque de terem tirado as árvores, a maioria me respondeu “sujam demais”. Então, percebi. Existem dois tipos de pessoas: aquelas que reparam na sujeira e aquelas que lembram da sombra que a árvore faz.

Depois, reparei em outra coisa. As daqui de casa não foram retiradas pela sujeira que faziam, mas, por estarem quebrando a calçada inteira com suas raízes e até quebrando o encanamento. Eram lindas, faziam uma sombra boa, mas, tinham esse defeito que se sobrepunha às qualidades. E reparei que algumas pessoas são assim também… dão muita flor, muita sombra, mas, até onde aquilo nos faz bem? Até onde essas pessoas não quebram nossa alma com suas raízes? Até onde não rasgam nosso ser com palavras pensadas? Até onde essas pessoas nos fazem bem de verdade? Até onde não se tornam tóxicas? Será que vale a pena remendar nossa calçada por raízes alheias que sempre estão a nos ferir? Será que vale a pena ser uma árvore de flores para aquelas que, com suas raízes, nos ferem? Até quando vamos nos deixar ferir por medo de tirar as pessoas de nossas vidas? Até quando vamos aprender a dizer “não”, “chega”?

Aquelas árvores que só sujam, é fácil. Podemos vir com uma vassoura e logo limpar aquilo que fizeram. Todos nós somos árvores que sujam, mas não sejamos dessas que rompem almas alheias com nossas raízes. Sejamos árvores que, além de sujar, produzam flores bonitas que desabrochem pra qualquer um que passa admirar, sejam os que passam pra ficar ou os que estão de passagem. É clichê, mas é verdade que “cada um só dá o que tem”.

As árvores são mais gente do que parece…

 

 

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