Gravadora, produtora, distribuidora. Essas são palavras frequentemente associadas ao mercado da música no imaginário popular e na tradição brasileira. Tinha-se, até pouco tempo, a presunção de que o artista, para alcançar certo padrão de notoriedade, precisaria estar vinculado a uma produtora de renome.
No entanto, a cena da música independente tem ganhado cada vez mais espaço. Oferecendo autonomia artística para aqueles que não respondem às diretrizes impostas pela gravadora e desejam produzir livremente, o novo mercado vem introduzindo cada vez mais artistas no universo musical.
Abordando o rompimento com os preceitos convencionais, o documentário “Faixa Bônus”, desenvolvido pela estudante de jornalismo Julliana Braga (22), se debruça sobre as alternativas estabelecidas pelas bandas que integram a cena da música independente de Fortaleza.
O documentário se apoia nos relatos do produtor Felipe Couto e no acompanhamento das bandas Indigo Mood, Mesfray e Naviguer. Através destes personagens são reveladas as particularidades do mercado independente que expõem aspectos da emancipação artística, além de refletir sobre a busca pelo equilíbrio entre liberdade e rentabilidade das carreiras alicerçadas na autonomia.
Em conversa com o Mural, a estudante de jornalismo relata que o olhar voltado para as questões que possibilitam a autonomia artística foi direcionado de forma a captar os dilemas, demandas e sensibilidades desenvolvidas nas trajetórias apresentadas.
Mural da Ana Paula: O que você buscou mostrar com esse documentário?
Julliana Braga: Eu quis, com o documentário, destacar a cena da música independente como espaço para quem busca a liberdade de se expressar artisticamente e evidenciar as engrenagens que movem e entravam esse contexto. Ele também é um convite à desconstrução da ideia de que artistas independentes não podem gravar seus discos, produzir seus shows, assumir a divulgação da sua própria arte e alcançar o êxito fora de uma grande estrutura.
Mural da Ana Paula: Como é sua relação com a música?
Julliana Braga: Desde muito cedo, a música tem sido norte pra todos os aspectos da minha vida. Dos laços que eu criei até as decisões que me trouxeram até aqui, a música, pra mim, é um constante processo de autoconhecimento.
Mural da Ana Paula: O que você descobriu sobre o mercado da música independente que mais te tocou?
Julliana Braga: Durante a realização do trabalho, eu pude compreender melhor a arte desse ofício que é ser músico. Os artistas são predominantemente movidos pela paixão e, ao mesmo tempo, criam um sistema independente organizado com uma estrutura empresarial para delinear a direção que pretendem seguir. Ser bem sucedido nesse mercado não tem muito a ver com rentabilidade.
Para assistir ao documentário basta acessar o link: https://drive.google.com/open?id=1Tdsv-vALcx86nF5IW7fkh0o7pY07EmPX