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Adolescência, amadurecimento e rock n’ roll – filmes para você que gosta de um desses temas, ou todos eles juntos

Parte 1 – Quase Famosos

Esses dias eu estava refletindo sobre o que escrever após concluir nossa conversa sobre a tríade de trilogias… Gostei tanto de dividir minha linha de pensamento em três que tudo o que minha vinha à cabeça era sempre triplo. Se fosse falar de filmes com fotografias coloridas, eram: três filmes com fotografias coloridas. Se fosse falar de filmes de wuxia, eram: três filmes de wuxia. E por aí vai…

Pois bem, resolvi parar de lutar contra o meu cérebro pré-programado em tríades, e me render a esta possibilidade. Por quê só comentar um tema específico, uma película específica, um diretor ou diretora específicos, se posso fazer isso ao cubo? Sendo assim, espero que apreciem não somente boas dicas em dobro, mas também multiplicadas por três. Sem mais me estender em minhas explicações, passemos a nossa conversa de hoje, que será embalada não somente pelos dramas da adolescência, ou pelo amadurecimento que eles nos infringem, mas também por muito rock!

É isso: adolescência, amadurecimento e rock n’ roll, aqui vai o primeiro filme, de uma série de três (que irei compartilhar nas próximas semanas) para você que gosta de um desses temas, ou de todos eles juntos.

Almost Famous/Quase Famosos

Coloca Tiny Dancer do Elton John para tocar antes de começar a ler essa parte, por favor? Foi Almost Famous (ou Quase Famosos) que me viciou no clássico de Sir. Elton, e em America de Simon & Gurfunkel… Quase Famosos é um dos clássicos da virada dos anos 2000, que realiza muito bem a proeza de unir dois estilos deliciosos: o coming of age (filmes sobre amadurecimento, explicando rapidamente) e o road movie (filmes que se passam em viagens, explicando mais rapidamente ainda). Aqui, o diretor Cameron Crowe consegue fazer com que três horas passem voando, talvez porque ele tenha total propriedade para contar essa história, já que o longa é praticamente autobiográfico.

Em Quase Famosos, William Miller (Patrick Fugit) só tem 15 anos quando, através de sua excelente escrita, consegue se passar por um jornalista crítico de rock e ganha a oportunidade de viajar com a banda em ascensão: Stillwater. Nessa road trip, com o maior clima dos anos 70, o adolescente precisa entrevistar as estrelas da banda, e escrever a respeito desses artistas ainda na trilha para a fama, para nada mais, nada menos, que a revista Rolling Stone. Mas a viagem que não era para se estender tanto assim, acaba parecendo interminável, e William não só escreve sobre tudo o que experienciou nos bastidores do rock, como acaba se tornando um “quase famoso” também. Ou seja, um daqueles semi anônimos/semi conhecidos, compostos por groupies, roadies, e staff que acompanham as bandas de rock em suas turnês mundo afora.

E Crowe pode falar muito bem sobre o assunto, afinal de contas a história é inspirada nele, que acreditem se quiser também escreveu para a Rolling Stone com apenas 15 de idade, e viajou com grandes bandas como Led Zeppelin, Eagles e Lynyrd Skynyrd. Inclusive, um dos pontos altos do filme, a apaixonante groupie Penny Lane (interpretada por um magnética Kate Hudson) é baseada em Bebe Buell, mãe de Liv Tyler.

Ainda no elenco temos Philip Seymour Hoffman, interpretando o famoso crítico Lester Bangs, uma espécie de mestre para o jovem William; a sempre incrível Frances McDormand, como a mãe super protetora do rapaz; Billy Crudup, como o guitarrista talentoso e meio deslumbrado do Stillwater; Zooey Deschanel, como a irmã mais velha de William, que o apresenta, ainda criança, à uma discografia cheia de clássicos do rock, entre outros.

Para embalar a trilha sonora dessa viagem, onde todos saem drasticamente transformados e mais amadurecidos pelos acontecimentos que se seguem, além de Elton John, você também vai ouvir Led Zeppelin, The Who, David Bowie, Cat Stevens e Lynyrd Skynyrd. Com sorte, também vai sair transformado depois de assistir Quase Famosos, seja apaixonado por Penny Lane, seja querendo voltar para os anos 70, seja querendo ser um roadie, ou simplesmente, adicionando músicas novas a sua playlist e um novo e adorável filme a sua lista de assistidos.

Quase Famosos está disponível para aluguel no YouTube, mas já vou adiantando que não é a versão completa do filme, infelizmente. Antes de me despedir já aviso que semana que vem vai ter título nacional por aqui, com direito a “Você não soube me amar” da banda Blitz na trilha sonora. Espero que continuem acompanhando nosso papo misturando rock e cinema, afinal de contas os dois temas são bons de mais, né?

Bem, como diz o guitarrista do Stillwater quando é perguntado o que a música é para ele: “Para começar? É tudo!” Tenho quase certeza de que essa é a mesma resposta que eu daria se me perguntassem o que é cinema para mim. Enfim, comecei com Elton John, e vou terminar com ele, fiquem com uma das minhas cenas preferidas de Quase Famosos:

 

 

Um comentário

  1. Weila disse:

    Muito bom!!! 👏🏻

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