Dia 6 de outubro o guitarrista da banda Van Halen, Eddie Van Halen, faleceu aos 65 anos por conta de um câncer na garganta. A notícia ganhou repercussão em poucos minutos. Muitos fãs e admiradores do artista, prestaram condolências a família do músico, bem como, homenagens. Eddie, era conhecido como um dos maiores guitarristas de todos os tempos. E de fato, ele era. Uma figura icônica do rock tornou-se uma lenda sendo prestigiado por apreciadores de música.
Nomeado em homenagem ao compositor Ludwig Van Beethoven, Edward Lodewijk Van Halen parecia ter nascido para se tornar músico. Sua família era composta por Jan Van Halen, pai holandês, e a mãe, Eugenia Van Halen, tendo um irmão mais velho Alex Van Halen. Muitas pessoas não sabem mas Eddie é, na verdade, holandês, sendo naturalizado americano com seu irmão.
A família do guitarrista mudou-se para os EUA quando os filhos ainda eram pequenos, em 1962, onde os irmãos teriam aulas de piano, por influência dos pais (principalmente do pai, que era músico). Desde então, os dotes artísticos de Eddie começaram a ascender. Para se ter aulas de piano, na teoria, é necessário que você saiba ler música. Porém, Edward não sabia. Mas aprendera apenas vendo e escutando seu professor tocar.
Aplicando uma técnica diferenciada, ganhara o primeiro lugar em uma competição de piano anual, realizada no Long Beach City College. Com o passar do tempo, Alex começou a aprender guitarra, e como não se interessava muito por piano, Eddie comprou uma bateria para começar a tocar. Após escutar o irmão tocando a guitarra, teve interesse no instrumento, logo trocando de lugar com o mais velho.
A partir daí, seu talento como guitarrista foi ascendendo e em sua primeira banda formada com Alex, chamada “The Broken Combs”, Eddie quis se tornar um músico profissional, com influência dos solos de Eric Clapton na época. Algum tempo depois, o nome do grupo foi sendo modificado, bem como sua formação. Até enfim chegar, no sobrenome dos irmãos Van Halen. David Lee Roth, o então vocalista e amigo de Eddie e Alex foi quem sugeriu o sobrenome do guitarrista e do baterista. De acordo com David, o nome tinha a mesma potência de Santana (e tem mesmo).
A banda tocava covers em bares de Los Angeles o que lhes deu visibilidade, logo se tornando conhecidos na cena local. Certo dia, Gene Simmons (sim, o baixista do KISS) os escutou tocar em um bar, onde despertou interesse em gravar uma demo com o Van Halen, o que os inseriu no meio musical. À medida que a banda era cada vez mais conhecida, Eddie se consolidava como um “guitar hero”.
Quem escuta as canções do Van Halen consegue notar como a guitarra é tocada de forma original. Eddie usava técnicas incomuns (algo que parece ter sido herdado das aulas de piano), como o “tapping”, um dos fatores pelos quais é conhecido por diversos guitarristas. Uma curiosidade sobre o músico, é sua participação na música “Beat It” de Michael Jackson, com um solo de guitarra extraordinário, onde ele afirma ter gravado no improviso e em um curto período de tempo.
Eddie parecia gostar de criar, tanto na forma de tocar como de se apresentar. Essa característica foi utilizada, inclusive, em seu primeiro instrumento, o qual ele mesmo construiu. A guitarra “Frankenstrat” era composta pelo corpo da Fender Stratocaster 60, o captador de uma Gibson Flying V e uma pintura icônica, que seria uma das principais marcas do instrumento. A figura de Eddie é tão influente, que a Fender Musical Instruments Corporation se reuniu com o guitarrista para fazer uma réplica de sua guitarra.
A carreira do artista se consolidou com sua banda, o que lhe atribuiu diversos prêmios e menções em revistas aclamadas do mundo da música, sendo considerado um dos melhores guitarristas do mundo. Em 2012, foi eleito o melhor guitarrista de todos os tempos pela revista “Guitar World”, com cerca de 500 mil votos. Na revista Rolling Stone, Eddie ocupa o 8º lugar na lista dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos.
A figura de Eddie Van Halen influenciou muitos artistas de gerações diferentes, os unindo por um propósito em comum: a música. O legado do guitarrista é variado e está em diversos locais, canções e pessoas. Seu jeito de agir, não muito chegado ao estrelismo, mostrava o quão humano ele era. Eddie parecia ser o tipo de pessoa no qual se encontrava para beber e conversar. Após seu falecimento, a sensação de ter perdido um parente próximo parece ter sido compartilhada por vários admiradores, o que mostra a importância de seu nome para o público, bem como para o mundo da música. Eddie é uma lenda, lendas deixam legados e não serão esquecidas.