Ao vermos um filme novo no catálogo de produções da Netflix, um dos maiores serviços de streaming de séries e filmes do mundo, costumamos ficar curiosos e interessados em assisti-lo por meio de sua história. Muitos lançamentos têm sido publicados na plataforma ao longo dos anos, mas o que tenho notado recentemente é o aumento no número de produções que exploram a música como algo essencial nas histórias de alguns filmes. Não sei se é algum tipo de coincidência no cronograma de lançamentos da Netflix, ou se é um tipo de “manobra” proposital para aumentar o marketing da empresa, mas o fato é que essas produções estão sendo muito bem vistas pelo público, e pode parecer besteira, mas esses filmes têm uma importância bem relevante para os telespectadores da plataforma, talvez eles só não tenham notado ainda.
Então, de uns tempos para cá a Netflix tem se mostrado bastante interessada em abordar alguns gêneros de filmes em maior escala, como comédias românticas e filmes do tipo “coming of age”, feitos na perspectiva de jovens que estão no ensino médio. Entretanto, um aspecto tem sido bem explorado nessas produções: a música. Não sei se tudo começou com o interesse em construir trilhas sonoras mais bem selecionadas, mas atualmente a empresa de streaming vem destacando produções que buscam fazer da música parte direta da história dos filmes.
Vou citar algumas dessas produções para que vocês possam notar a diferença entre suas histórias e as dos filmes convencionais, que se limitam a usar as canções apenas como um elemento adicional para a construção de cenários: The Dirt, Moxie, A fita cassete e o mais recente, Metal Lords. Todos esses filmes têm premissas diferentes em relação a temática abordada, mas há uma coisa em comum que os fazem se tornar interessantes, a utilização da música como parte da história.
Nesse momento você deve estar se perguntando “Ok, mas qual a relevância disso? Por que isso pode ser considerado como algo interessante?”. Para que eu possa lhe explicar, querido leitor, um pouco mais sobre a relevância dessa característica nesses filmes, vou citar um exemplo bem imersivo. Geralmente, quando estamos moldando nosso gosto musical ainda jovens, ele costuma ter diversas influências externas até se transformar em algo sólido e consistente.
Algumas dessas influências podem ser as canções que nossos parentes nos colocavam para escutar quando ainda éramos pequenos, as músicas que tocavam em filmes que assistimos ou até mesmo a trilha sonora de jogos de videogame, como foi o meu caso com o Guitar Hero (que moldou grande parte do meu gosto musical). Os filmes com esse viés musical, que estão sendo produzidos pela Netflix, provavelmente terão o mesmo tipo de influência nas gerações mais jovens, que são as que consomem em maior número o conteúdo produzido pela plataforma. Essas produções destacam grandes nomes da música e obras musicais icônicas de forma explícita, o que faz desses filmes uma verdadeira “aula de música” para os mais novos, e até mesmo para os mais velhos.
Os diretores e produtores dessas obras parecem se preocupar em não deixar a música boa ser esquecida pelo público, e a construção de produções desse estilo é uma ferramenta altamente viável para que a boa música possa ser mantida nos ouvidos de quem ainda não a conhece. De fato, esses filmes podem ser algo “passageiro” por conta da alta demanda por obras cinematográficas novas a cada mês, mas a influência que eles terão sobre os telespectadores provavelmente não será algo momentâneo. Podemos dizer que a Netflix está fazendo um grande favor à cultura musical ao lançar produções desse tipo, ajudando a apresentar músicos lendários a quem muitas vezes está limitado a escutar o que é destacado no cenário atual da música.