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A música marginalizada no Brasil


   É engraçado parar pra pensar que muitos gêneros musicais brasileiros famosos e amplamente escutados nos dias de hoje já foram (ou são) marginalizados e estereotipados por uma parte do público. O samba, axé, funk e o brega são alguns dos estilos musicais que mais têm se tornado populares atualmente, entretanto, são gêneros que foram analisados com certa rejeição por parte de alguns ouvintes. Vamos falar um pouco sobre essas canções e por que são “marginalizadas” por uma parcela do público.

   Há quem diga que o motivo pelo qual essas músicas são consideradas de baixa qualidade por parte dos apreciadores seja por conta da sua apelação, por não ter letras que tenham um significado profundo ou que não são construídas com harmonias bem elaboradas. Mas a questão não é essa. Alguns artistas de funk, por exemplo, compõem muito mais do que letras sobre ostentar ou dançar até o chão.

   Porém, por conta do mainstream, muitas vezes esses artistas acabam passando despercebidos pelo público. Por não produzirem material para ser viralizado ou para ser sucesso de venda, esses músicos, na maioria das vezes, encontram muita dificuldade para conquistarem reconhecimento. Entretanto, esses tipos de artistas são os mais valiosos, considerando que muitos deles buscam quebrar paradigmas com relação à forma de fazer música de certo estilo, o que dá resultados realmente surpreendentes.

   A música foi criada em meio ao experimentalismo, então por que não desenvolver mais os estilos musicais existentes de forma mais criativa? Pensando nisso, talvez esses estilos sejam “marginalizados” não por sua qualidade, mas por sua origem. O axé é um gênero nordestino, com teor afro-brasileiro, o samba é um estilo musical com origens religiosas e o funk vem dos EUA, mas é moldado por um cenário suburbano. Essas questões fazem com que algumas pessoas não gostem de escutar canções desses gêneros, pois pensam que a qualidade dessas obras seria inferior ao que é produzido por grandes artistas estrangeiros.

   A marginalização dessas canções é feita sem que o público conheça diversas obras que são muito bem construídas, por artistas talentosos e que fazem música por que realmente gostam. O público tem consumido mais esses gêneros mas há um histórico de preconceitos relacionados a eles, que vem sendo quebrado com o passar dos anos e com a chegada das novas gerações. Portanto, podemos dizer que a música “marginalizada” um dia poderá deixar de ser considerada dessa forma, com a globalização, a utilização da internet como ferramenta de divulgação e o talento dos artistas, que vem crescendo cada vez mais.

 

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