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O reavivar de uma nação

Olho-te com amor, meu país. Te vejo com fervor e esperança de agora reencontrar teus trilhos de onde jamais deveria ter saído. Veste a tua camisa verde amarela sem vergonha de vibrar o gol que também demos na política com outras cores. Canta, meu Brasil, que dê para ouvir do Oiapoque ao Chuí. Deixa tuas cachoeiras limparem tuas matas que foram sangradas, queimadas e esquecidas por um passado que se tornou presente e se fez machucar.

Sei da tua vergonha mãe gentil, hermafrodita que pariu negros, brancos, pardos e uma pluralidade cultural que reaviva nos olhares para tuas entranhas, teus sertões e veredas que o escritor disse que somos fortes antes de tudo. Somos bravos, valentes, corajosos sem perder o jeito amável, o sorriso sincero e as utopias de tentar ser ainda mais acolhedor.

És a terra do futebol, do samba e carnaval…És também solo fertil de sertanejos, urbanoides e poetas. És também sons da desigualdade de sonhos e chamas de uma gente que se perde mas não esquece de ter a sina de ser Brasileiro. Rimos do nosso cansaço e essa é a força de seguir de pé, sem medo e esperança de ser feliz.
Lembro-me do Vinicius de Moraes em “Pátria Minha” quando este afirmava que “minha pátria não é florão, nem ostenta Lábaro não; a minha pátria é desolação de caminhos, a minha pátria é terra sedenta e praia branca; a minha pátria é o grande rio secular Que bebe nuvem, come terra E urina mar”.

Brasil negociado em obscuras transações que quiseram rasgar teus poderes e sua constituição. Tu és resistente, meu país, tu segue destemido diante o incerto, mas na convicção de que precisa proteger seus rebentos, mesmo que estes vivam longe de ti, mas tu segues com eles por meio das veias que pulsam em vários corações.

Grita minha nação, fala por meio de Josés, Marias, Luizes, Chicos, Miltons e Bethânias. Rasga o céu com o gorjeio do teu sabiá que anuncia a tua volta, teu retorno e também o nosso, às ruas, ideais e democracia. Viva o teu renascer, minha Pátria, que hoje é aplaudida pelos continentes felizes com teu retorno.

 

Por Heitor de Almeida

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