Há um tempo, em um dos incontáveis dias de quarentena, uma tia comentou comigo que havia “um silêncio no mundo”. No momento eu concordei, mas depois me peguei pensando em que silêncio era aquele. Na verdade, acho que a constante tentativa de preencher meus dias com atividades e mais atividades, não me dava muito tempo…
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Acordei em 16 de março último imaginando o que havia por fazer durante o dia que se iniciava. Nada do que pensei teve como acontecer. De repente, tudo parou. A pandemia causada pelo novo coronavírus bateu à porta e a vida mudou. Trabalhar de casa, novas medidas de higiene a serem seguidas com rigor, uso…
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Quando eu era uma criança e o rio da minha cidade ainda era bom pra banho, íamos quase todos os domingos. Lembro que costumávamos chegar cedo para pegar um lugar na sombra da oiticica que ficava mais lá em cima, onde as águas ainda eram calmas. Levávamos redes, carvão, bebidas e bóias, era uma algazarra!…
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Dia desses, reparei, aqui na minha cidade, em algumas casas que tinham árvores na frente e agora já não têm mais. Lembrei de quando acordei um dia e as lá de casa já não estavam mais lá também. Quando perguntei à algumas pessoas o porque de terem tirado as árvores, a maioria me respondeu “sujam…
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Nos últimos dias em que as paredes de casa assumiram seus reais papéis de delimitadoras, eu, que nunca fui muito boa em matemática, fiz questão de perder as contas das horas, dos dias e daqueles que viraram só mais um nos dados contabilizados pelos noticiários. Mas é claro que não é tão simples assim controlar…
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As janelas de mim ousam em abrir, e eu sei que deveriam permanecer fechadas por um tempo. Aqui dentro, eu coloco bebedouro para os pássaros lá fora e, às vezes, esqueço de abrir as janelas. Mas elas são generosas, se abrem sozinhas… As janelas de mim abrigam as coisas mais bonitas que há num lar,…
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