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Categoria: Crônicas

Tarde de um sábado nada qualquer

Era uma tarde de sábado quando, sob olhares inebriados, mar e céu embalavam a chegada da noite em uma perfeita sintonia de cores e sons. A extensão de areia embaixo dos pés tornava os movimentos lentos e pesados, quase como um apelo para que os corpos ali presentes desacelerassem e assumissem seus papéis na cena…
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COMO (NÃO) ESQUECER UM EX

São Paulo. 29 de março. Fim de tarde. Uber. Ligação com uma amiga:  “Não sei o que fazer com isso. Comigo. Não sei o que fazer comigo” eu digo, me controlando para não chorar. Sabia que ela estava analisando meu tom de voz. Era por isso que tinha insistido em falar comigo ao telefone. Queria…
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ALGUÉM MORRE NESTE EXATO INSTANTE

  Alguém morre neste exato instante. Há um homem corpulento entregando sorrisos presunçosos à uma moça de aparência rústica com fios de cabelo escapando do coque no alto da cabeça que lhe devolve um sorriso afiado. Há o farfalhar das folhas, o ruído urbano, a luz fatigante e a beleza impecavelmente imóvel. É fim de…
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Tic Tac…Tic Tac…

Já não sei se o dia tem 24 horas, ou se muitas vezes ele tem até mais. Mas sei que é difícil saber se tenho tido o suficiente ou tem me sobrado tempo para pensar demais. Em uma disputa silenciosa encaro os ponteiros do relógio, mas eles têm me derrotado com frequência. Digo que eles…
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TENHO LÁGRIMAS INFINITAS EM MIM

O choro enclausurado no peito, é quase como uma lava de um vulcão esperando para entrar em erupção. Sempre me considerei uma pessoa chorona, daquelas que sequer podem entrar em discussão sem que em poucos segundos sinta as lágrimas saltarem dos olhos. Talvez seja por isso que, até hoje, eu deteste entrar em conflitos. Chorei…
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Elegia do falecido felino

Como se não fosse mais existir tranquilidade, mamãe chorava em desconsolo violento. Era criança de novo. Nunca deixou de ser. Então contornei a poça densa de líquido venial e abri a carta que jazia ao lado, junto ao corpo preto do bichano. Dizia assim: Família, ali na quina da parede ficava a caixa de areia.…
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