Imagina aí assistir 20 pessoas diferentes convivendo sob o mesmo teto e o pior, usando o mesmo banheiro – com a presença de câmeras? é torturante só de pensar. Estou falando de um experimento social que deu certo mas tão certo que já está na sua 21ª edição, e sim ele está com o brasileiro desde os primórdios dos anos 2000.
Pela edição já passaram caubóis, misses, domésticas, advogados, médicos, acadêmicos e celebridades. Mas qual é o tempero que faz a gente querer assistir todos os dias? o brasileiro é um fofoqueiro de mão cheia ou só tem tempo livre para ocupar com a vida dos outros? Acho que nem pesquisa do IBGE consegue essa resposta.
Assistir o Big Brother Brasil é, antes de tudo, uma observação em 360 graus do que é o mundo que nós vivemos. Ali, naquela pequena colônia de formigas, é possível observar movimentos típicos de uma sociedade completa. Nas paredes do Grande Irmão, é possível ver fofocas, desavenças, gritos, altas gargalhadas, mas o mais importante é se ver dentro daquele contexto.
O telespectador, de uma maneira ou de outra, escolhe os seus bonequinhos favoritos, aquele que representa o que você quer ser ou o mais próximo da sua personalidade. A escolha, muitas vezes, não é criteriosa, já vimos até machistas sendo aclamados por mulheres.
O jogo é cheio de estratégias para ganhar ou perder. O BBB representa a vida real, não é só um jogo de televisão onde os personagens são de carne e osso. Ele representa a vida real, cheia de obstáculos, pessoas falsas, fofoqueiras, perigosas, mas também mostra que a sociedade não é de todo mal. Tantos casais foram formados, triângulos amorosos, amizades coloridas, traições e amizades certeiras…
Para alguns, BBB é uma piada de mau gosto que foi feita para alienar a sociedade, e essa última parte não tem nada de mentira. O reality te tira da sua realidade porque naquele momento você pode esquecer dos seus problemas e focar no “quebra pau” que teve na festa do líder. Ali os seus problemas são irrelevantes. E, verdade seja dita, em alguns momentos específicos, um pouco de alienação faz bem.
Mas calma “aê”, não quero dizer que você tem que passar a vida em frente à tv focando no problema dos outros. Se entendeu isso, volte ao começo da leitura. A vida é tão pesada, tão cheia de responsabilidades, problemas políticos, desmatamento, violência com pessoas e animais, que um respiro como o BBB faz bem para alguns. Isso se você, caro leitor, não pertence a roda do “Eu odeio reality… blah blah blah”, e não dedica um momento a refletir sobre a necessidade de alguns respiros de calmaria ao longo da jornada da vida.
No Big Brother Brasil não tem máscara que sustente, não tem ator que vingue no papel de mocinho, e não tem aclamada que não seja cancelada. A verdade nua e crua aparece, o lado bom e ruim são expostos como ratos correndo no labirinto. E uma última reflexão: Se colocassem câmeras para vigiar todos os seres humanos do mundo a visão seria esperançosa ou perturbadora?