O Anjo da Morte bateu à porta e a pessoa foi atender surpresa e ficou assustada.
-Vamos! Chegou a sua hora! – falou o Anjo da Morte.
-Eu?! Como assim?! Eu não posso morrer agora – respondeu a pessoa apavorada. -Eu tenho muitas coisas para fazer, muitas coisas para terminar… eu não posso morrer agora.
O Anjo da Morte olhos nos olhos da pessoa e disse:
-Essa desculpa não serve. Mas eu vou lhe dar uma chance. Vou lhe dar 24 horas para você encontrar uma boa desculpa . Amanhã eu volto.
E no dia seguinte, quando o Anjo da Morte bateu, a pessoa logo abriu a porta e falou:
-Eu tenho uma boa razão para não morrer agora: eu preciso criar meus filhos! Tenho três filhos pequenos e eu preciso criar meus filhos!
-Não. Essa ainda não é uma razão suficiente! – respondeu o Anjo da Morte. –Arrume outra! Vou lhe dar mais uma chance: você tem mais 24 horas para encontrar uma boa justificativa.
Foram 24 horas terríveis… pensando numa boa desculpa. Mas aquela pessoa encontrou uma justificação fantástica. Decorou a resposta, que estava na ponta da língua quando o Anjo da Morte chegou no dia seguinte:
-Eu não posso morrer agora, porque eu sou um grande cientista e estou pesquisando uma vacina contra o Coronavírus… e, você sabe, essa vacina pode salvar a humanidade…
-Não! Ainda não vale! – respondeu friamente o Anjo da Morte. -Essa ainda não é uma desculpa suficiente. A minha paciência está chegando no limite. É a última chance. Vou lhe dar mais 24 horas… e amanhã é o dia definitivo.
Imagine a angústia daquela pessoa, durante aquelas 24 horas.
E no dia seguinte, o Anjo da Morte, sinistro, bateu na porta.
A pessoa foi atender. E balbuciou, hesitante:
-Eu… eu não posso morrer agora… porque eu ainda não aprendi a amar… eu preciso aprender a amar!
E o Anjo, serenamente, respondeu:
-Sim! Essa é uma boa razão. Fique em paz.
Em tempos de Pandemia… o Anjo da Morte bate sinistro à porta da humanidade, de porta em porta… e nos faz pensar no Sentido da Vida. Para que vivemos? O que viemos aqui fazer? O que estamos fazendo com a nossa vida? O jeito como estamos vivendo é suficiente para fazer a nossa vida valer a pena? Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?
Lembro aquele Rabino norte-americano que acompanhou milhares de doentes terminais e depois contou num livro o seu aprendizado. Dizia ele que os doentes terminais, quando finalmente sentiam que iam morrer, se dividiam entre duas reações: aqueles que ao longo da vida tinham pensando apenas em si mesmos e vivido apenas em função dos seus interesses… entravam em desespero. Aqueles que ao longo da vida tinham sido úteis, tinham abraçado causas de serviço aos outros e à humanidade… esses acolhiam a morte com serenidade.
No final das contas… é isso que vai pesar na balança, quando fazemos o balanço da vida: se aprendemos ou não a amar.
Os estudos da FIB – Felicidade Interna Bruta, que contrapõem ao PIB – Produto Interno Bruto, critérios para avaliar os níveis de desenvolvimento e de felicidade de um povo… mostram que os níveis de ocitocina – o hormônio do prazer e do bem estar, sobem acentuadamente, quando o ser humano se sente útil a alguém ou a uma causa.
Em tempos da Pandemia, o Anjo da Morte, sinistro, passando de porta em porta… nos questiona sobre o sentido da vida. O Para que vivemos?
A vida pode ser curta, mas não precisa ser pequena. O tamanho da vida se mede pela capacidade de amar e servir.
Deixemo-nos de coisas e cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida e nos arrasta , moço, sem ter visto a vida – assim cantava Belchior.
Todo mundo vai morrer, mas nem todo mundo vive.
E a grande pergunta não é se existe vida após a morte. A grande pergunta é: que tipo de vida levamos antes de morrer?!
Os dias dias mais importantes da nossa vida são:
Primeiro, o dia em que nascemos,
Segundo, o dia em que descobrimos para que nascemos!
Perguntando, só por perguntar:
O que você diria para o Anjo da Morte… se ele batesse hoje à sua porta?!