Há uma famosa frase de Borges, o Jorge Luis, que associa paraíso a livros: “Sempre imaginei o paraíso como um tipo de biblioteca”.
Pois eu passei esses últimos dias no paraíso do hermano Borges, cercada de livros e autores.
Uma biblioteca infinita é a minha definição para eventos que promovem o acesso livre a atividades relacionadas ao livro e à leitura, a exemplo da 14ª Bienal Internacional do Livro do Ceará, realizada pela Secretaria da Cultura do Estado.
Lançamentos de livros, mesas literárias, colóquios, bate-papos, contações de histórias, dramatizações e muito mais, todos debates urgentes e necessários ao renascimento da cultura, atingida mortalmente nos últimos anos por dois males terríveis: a pandemia e o obscurantismo.
Concordo com o poder libertador das artes em geral. E acrescento que a literatura, se não salva, ajuda. Não importa qual papel desempenhamos: se o de escritores ou o de leitores.
Enquanto escritora, esta Bienal teve um gostinho especial para mim. Lancei na noite de 16 de novembro o meu segundo romance, “Bodum” – meu quinto filho literário –, no lindo Espaço Natércia Campos do Escritor Cearense. Não há nada mais simbólico e precioso do que lançar um livro na sua terra, rodeada de amigos e público diverso interessado em literatura.
Enquanto escrevo este texto, milhares de histórias estão sendo criadas ao redor do mundo. Histórias que poderão mudar ou melhorar a vida de milhões, trazendo-lhes alegria, encantamento e iluminação ou diminuindo-lhes a dor e a desesperança.
A 14ª Bienal Internacional do Livro do Ceará vai até amanhã, domingo, 20 de novembro. Se você ainda não foi, aproveite os dois últimos dias. Nos próximos trinta, só se falará de futebol, o paraíso de bilhões. Cada um no seu quadrado. Bibliotecas e estádios são espaços a se ocupar de acordo com as preferências individuais. Basta haver respeito à diversidade, como sugere o lema da nossa Bienal do Livro 2022: “De toda gente para todo mundo”.
Além de livros, o meu paraíso tem amor, família, fazenda, amizade, música, praia, água de coco e cervejinha. E o seu paraíso, é formado de quê?