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A dor da extinção

Quando ouço o termo “animal em extinção”, imediatamente me vem à mente a lembrança do ser humano, mesmo apesar de saber que algumas extinções acontecem enquanto processo natural. Podem se dar por vários motivos, desde a destruição do habitat por fenômenos naturais, como terremotos, tsunamis e alterações climáticas, ou até mesmo pela própria competição existente no mundo animal.

Mas não podemos esquecer que o ser humano é um predador consciente, que coloca muitas espécies de animais em risco de extinção. Ele faz isso quando lança veneno na terra, nas águas ou no ar, contaminando assim a natureza e os animais que nela vivem.

Os animais, quando atingidos pelas substâncias tóxicas, acabam morrendo ou fugindo do seu habitat natural na luta pela sobrevivência, mas muitos se perdem e consequentemente também morrem.

O tráfico de animais também é uma forma de extinção ocasionada pelo ser humano. Retirar o animal do seu ambiente e colocar em outra região pode adoecê-lo, devido a mudança de habitat por consequência da falta de adaptação a este novo lugar. Isso pode acarretar a extinção de animais nativos.

Porém, não podemos deixar os animais de rua de lado, principalmente gatos e cachorros que podem sofrer as consequências de comidas envenenadas. É cruel imaginar que alguém que se julga superior aos animais possa oferecer comida para um animal em situação de rua que, faminto, aceitará a refeição de imediato, mas sem saber que ali está traçada a sua morte. Essa atitude sagaz e repugnante é uma tentativa de acabar com esses animais sem raça definida, porque os pets que têm pedigree são comprados por muito dinheiro destes mesmos seres humanos.

O humano entediado tem necessidade de se divertir e tem uma ideia mirabolante e cruel: caçar animais. E depois de o matar, ele ainda pode ganhar uma grana. Dependendo da espécie caçada, são extraídos os dentes, couro, unha, e a cabeça pode parar em seu gabinete como um troféu exposto para ser mostrado à sociedade. Como já dizia a minha avó, não tem língua que conte o tanto de animais silvestres que já foram mortos pelo homem.

Ainda tem aquele humano que prefere queimar as florestas, transformando a vida dos animais que habitam nelas em um verdadeiro filme de terror. Quando acontece um episódio de queimadas, é fácil encontrar nas redes sociais muitos vídeos que mostram os animais transformados em labaredas, correndo até a exaustão da morte, deixando rastros de cinzas e dor. Os rios choram, com suas águas aquecidas pelo calor do fogo que mata e destrói todo tipo de vida que ali habita.

A extinção dos animais pelo homem é uma das formas mais cruéis, porque ele tem total consciência dos seus atos, que às vezes são por prazer e por diversão, sem piedade nem misericórdia.

Como diz Roberto Carlos, em sua canção intitulada “As baleias”: teus netos vão te perguntar em poucos anos, pelas baleias que cruzavam os oceanos, que eles viram em velhos livros, ou nos filmes dos arquivos, dos programas vespertinos de televisão”.

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