Meu primeiro grande evento desde o início da pandemia soa como prenúncio de cura e recomeço.
No mês passado, conquistei um dos reconhecimentos mais relevantes na jornada de um(a) escritor(a): posse como membro eleito de entidade literária máxima do torrão natal, no meu caso, a centenária Academia Cearense de Letras, a mais antiga do gênero no País.
Além da realização de um sonho pessoal, é importante como representatividade coletiva que precisa ser socialmente ampliada. Sou a décima sexta Acadêmica eleita em 128 anos de instituição. Dos quarenta integrantes atualmente em atividade, apenas onze são mulheres.
Ainda ecoa no palacete histórico a minha gratidão às Acadêmicas e Acadêmicos que me acolheram de forma generosa e unânime desde o sóbrio processo de seleção, sob as bênçãos de fundadores e sócios que já repousam na imortalidade da literatura, em especial do Patrono Barão de Studart.
Um obrigada imenso ao seleto cortejo que me conduziu ao salão nobre na memorável noite; ao Presidente da Casa de Tomás Pompeu que me recebeu de coração aberto; e ao dileto Acadêmico que me saudou com o mais belo e afetuoso discurso que aquelas paredes jamais ouviram.
De familiares e fortes estimas que me prestigiaram em 7 de junho, renovei abraços que me enlaçam desde a infância, replicados por chefes e colegas do meu primeiro trabalho na Educação; por professores do Jornalismo e parceiros de redação; por companheiras(os) de outras confrarias culturais; e por amigas(os) que mantêm assento cativo “na primeira fila”, como mima uma querida.
Foi lindo enxergar em cada rosto – dos mais antigos aos mais recentes – a emoção de compartilhar da minha alegria no tradicional Palácio da Luz que, àquela hora, brilhava absoluto no velho centro de Fortaleza.
Eternizo, pois, meu agradecimento aos que perceberam a magnitude desse momento, incluindo aqueles que, na impossibilidade de estarem presentes, se materializaram em mimos e mensagens carinhosas.
O amor à literatura é um elo restaurador que nos salva a todas e todos.