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Entrevista com a escritora Ana Paula Bellot

Escritora Ana Paula Bellot. Foto: reprodução.

Vanessa Passos: Quem é Ana Paula Bellot?

Ana Paula: Sou carioca, suburbana, escritora, bióloga e professora. Tenho 24 anos, quatro gatos e um namorado. Sou apaixonada por culturas, gosto do diferente, do igual. Amo conversar, amo a música, amo o silêncio. Sou uma mistura de vários paradoxos, assim como todo ser humano. É isso. Gosto de ser gente!

Vanessa Passos: Quando começou a escrever?

Ana Paula: Quando criança, assim que fui alfabetizada, comecei a criar histórias. Gostava de escrever algumas frases, dobrar o papel e dizer que eram meus livros. Na adolescência, continuei escrevendo apenas para mim, mostrava para alguns poucos amigos. O foco era todo no vestibular, os textos literários viraram redações do ENEM. Foi somente durante a pandemia do Coronavírus que retomei o hábito e a paixão pela escrita, me reconectei com o que acredito ser meu propósito de vida e transformei em profissão.

Vanessa Passos: Quais gêneros você escreve?

Ana Paula: Sou contista com um romance em construção. Meus contos são diversos em tempo, espaço e personagens mas todos tem um fio condutor em comum: a tragédia.

Vanessa Passos: O que ou quem te inspira a escrever?

Ana Paula: Gosto de fazer de qualquer pedaço da vida um gesto literário. Abrir o celular e ver uma foto, passear na rua e ver uma pessoa, ouvir uma música, sentir um perfume diferente. São essas pequenas coisas que começam a me inspirar para escrever. Como escritora, busco exemplos que me motivam a seguir esse caminho, sobretudo nas mulheres. Cito com carinho autoras nacionais e internacionais como Ana Paula Maia, Vanessa Passos, Marilia Arnaud, Bahiyyih Nakhjavani, Marjane Satrapi, Lygia Fagundes Telles, Elena Ferrante.

Vanessa Passos: Como funciona seu processo de criação?

Ana Paula: Gosto de germinar a ideia primeiro, deixar ela crescer dentro de mim e para depois ir para o papel. Meu processo criativo também é muito visual e auditivo, sempre associo imagens, rostos, lugares e música a tudo que escrevo.

Vanessa Passos: O que te motiva a escrever?

Ana Paula: Alberto Manguel cita em “Uma história da leitura” a seguinte frase: “Libertar a vida das amarras que o homem criou. Isso é resistir. Vemos isso claramente no que fazem os artistas.” Escrever é levar novas possibilidades a fatos cotidianos,  é jogar luz onde está escuro, é pintar de preto a parede branca. Tudo isso me motiva a escrever, a criar, a ser.

Vanessa Passos: Já teve algum bloqueio criativo? Se sim, o que você fez para superá-lo?

Ana Paula: O fantasma do bloqueio criativo ainda não me visitou. Outros fantasmas como inseguranças, medos, autocrítica, autossabotagem se aconchegam de vez em quando e sentam ao meu lado. Hoje eu convivo com esses fantasmas porque percebi que mandá-los embora é impossível. Tento perguntar: o que posso aprender dessa vez? E dessa forma vou adquirindo auto conhecimento, buscando não  julgar e nem ceder a eles.

Vanessa Passos: Agora, fala um pouco sobre seus livros.

Ana Paula: Tenho um blog pessoal na plataforma do Medium onde posto contos de forma gratuita. Além disso, tenho dois contos em formato Ebook na Amazon, são eles: “A Caçada” e “O Caso Wend”. Meu primeiro livro, “O sangue nosso de cada dia” é um livro de contos ambientado no Rio de Janeiro. Cada um dos contos deste livro traz consigo toda a atmosfera  carioca de contradições, ironias e acidez. Ele está, até dia 09 de abril, em pré-venda na plataforma do Catarse.

Vanessa Passos: Para você, qual a importância da leitura?

Ana Paula: Ler é descobrir e reconhecer. É ver a si mesmo e o outro, muitas vezes de forma simultânea. Ler é um ato de liberdade. Podem roubar tudo de nós, menos o nosso conhecimento. Isso é verdade, e só é possível graças à leitura.

Vanessa Passos: Qual mensagem você quer deixar para os seus leitores?

Ana Paula: Quero que meus leitores, acima de tudo, sonhem! E deixem que esse sonho os impulsione para diversificar as várias lupas e lentes que usamos para ver o mundo.

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