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Entrevista com a escritora Kelly Garcia

Escritora Kelly Garcia

Vanessa Passos: Quem é Kelly Garcia?

Kelly Garcia: Escritora de crônicas, nascida em São Paulo e criada em Fortaleza. Jornalista, mãe, esposa e sempre atenta às minúcias do cotidiano para a criação de novos textos. Alguém que prossegue, apesar dos medos e com esperança no porvir.

Vanessa Passos: Quando começou a escrever?

Kelly Garcia: Meu primeiro texto ficcional foi um livro curto com uma história de amor adolescente, cheia de reviravoltas. Peguei a ideia com uma amiga, que teve que fazer o livro como tarefa da matéria de português, em outra escola. Estávamos na sexta série, eu tinha 13 anos. Deu pra encher um caderno pequeno de 96 páginas com o manuscrito. No ano seguinte, comecei a escrever poesias, sem métrica, me inspirando no Vinícius de Moraes, que era o meu autor preferido naquele tempo. Na faculdade de Comunicação, em 2001, desisti de escrever textos autorais. Passei a ter vergonha. Fiquei uns dez anos escrevendo e guardando, achando que não era boa o suficiente. Muito dessa produção se perdeu porque jogava fora. Só voltei a escrever em 2020, um pouco antes da pandemia, quando me inscrevi no curso 321 Escreva, da escritora e professora de Escrita Criativa Vanessa Passos.

Vanessa Passos: Quais gêneros você escreve?

Kelly Garcia: Crônica e contos. Os contos, ainda tenho poucos. Estou aprimorando a escrita.

Vanessa Passos: O que ou quem te inspira a escrever?

Kelly Garcia: O cotidiano, a história das cidades, os momentos em família, a imaginação dos meus filhos, as leituras, viagens, rotina. Tudo inspira.

Vanessa Passos: Como funciona seu processo de criação?

Kelly Garcia: Eu anoto as ideias em um caderno. Às vezes, no whatsapp pro meu número da outra operadora. Geralmente, escrevo à mão, mas tenho momentos de escrever no notebook também. Não tenho uma rotina certa. Escrevo nos intervalos da vida. Antes de dormir, na hora do almoço ou esperando a água do café ferver ou o chá esfriar. Escrevo o rascunho assim e depois passo a limpo.

Vanessa Passos: O que te motiva a escrever?

Kelly Garcia: A vida, a vontade de arrancar um sorriso do leitor. Acredito que há uma conexão profunda do leitor com o escritor. Se eu não pudesse escrever, certamente uma parte minha morreria. Eu me sentia meio morta quando escondia os textos com medo do que as pessoas poderiam achar.

Vanessa Passos: Já teve algum bloqueio criativo? Se sim, o que você fez para superá-lo?

Kelly Garcia: Aconteceu, mas durou pouco. Acho que foi por exaustão, pouco depois do lançamento do meu primeiro livro, o Cidades Invisíveis. Melhorou quando eu chorei tudo o que tinha pra chorar e viajei para um lugar que nunca tinha ido. Na volta, já consegui escrever. Passei cerca de um mês sem criar nada. Antes disso, o bloqueio foi criado por mim, por conta do medo de colocar os textos no mundo. Esse durou uns dez anos, como eu disse antes. Mas sempre a vocação arranja um jeito de aflorar e eu escrevia de vez em quando, mesmo escondido.

Vanessa Passos: Agora, nos fala um pouquinho sobre as obras que escreveu.

Kelly Garcia: Até agora, escrevi a coletânea de crônicas Cidades Invisíveis, sobre a cidade de Fortaleza, lançado em outubro de 2021, através de um financiamento coletivo. Para esse livro, contei com o acompanhamento do curso 321 Escreva, o que fez bastante diferença, principalmente nas vendas e na finalização do projeto. Também colaboro quinzenalmente com o site Salete em Sociedade, onde escrevo crônicas na coluna com o meu nome. Estou iniciando outro livro de crônicas. Jeri e seus arredores será o cenário. Vou contar o que vivi e aprendi por lá, porque minha família paterna é originária desse paraíso.

Vanessa Passos: Para você, qual a importância da leitura?

Kelly Garcia: É na leitura que podemos enriquecer nosso imaginário, nos inspirar para novas histórias. Não consigo imaginar minha vida sem a leitura.

Vanessa Passos: Qual mensagem você quer deixar para os seus leitores?

Kelly Garcia: Que eles acreditem nos seus sonhos, que é possível superar seus medos. Nas minhas histórias, também gosto de estimular esse olhar mais atento para os detalhes das cidades, dos caminhos, da natureza ao nosso redor, presentes que Deus esconde pelos lugares que andamos. Esse hábito deixa a vida da gente mais rica e colorida.

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