O cenário musical do rock é construído por diversas figuras carismáticas que transbordam personalidade em suas apresentações e entrevistas. O famoso ditado “sexo, drogas e rock and roll” pode parecer um tanto exagerado, mas alguns artistas do meio o seguiam à risca durante seus períodos em atividade. Portanto, era incomum ver algum músico que não se deslumbrasse com a ideia de ter uma carreira lotada de festas e eventos variados, mas esse era o viés de Charlie Watts, um dos maiores músicos de todos os tempos e baterista do The Rolling Stones.
O baterista costuma ser uma figura que não ganha tanta a atenção durante uma perfomance do que um vocalista ou um guitarrista, mas sem o seu talento, a música não se transforma em um marco, uma obra lembrada pelo seu ritmo e pela sua “batida”. Charlie, como o músico discreto que era, não se importava em ser o centro das atenções. Na verdade, o seu principal intuito era produzir a boa música.
Charlie nasceu em Londres e era filho de caminhoneiro. O artista tocava blues em uma banda, o gênero estava fazendo sucesso no cenário musical inglês do começo dos anos 60. Ele apreciava o estilo musical e o talento de diversos músicos negros, o que era uma característica que compartilhava com Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones, que o assistiram tocar em um show e ficaram admirados com suas habilidades com a bateria.
O músico entrou para o The Rolling Stones em 1963, sendo o único baterista da história da banda, estando em atividade com o grupo até o dia de seu falecimento. A personalidade de Charlie conquistava a atenção do público por ser um tanto discreta. O artista tinha um estilo mais formal, o que era incomum no meio musical do rock em que a banda estava inserida.
A habilidade musical de Charlie Watts é um dos principais fatores que o fazem ser um artista excepcional entre tantos outros. Seu amor pela música foi transmitido durante décadas de atividade junto de um grupo lendário. Charlie realmente foi um dos maiores bateristas de todos os tempos, inspirando pessoas do mundo todo a tocar o instrumento e mostrando que a música não é apenas para artistas com uma personalidade transbordante, mas para os discretos e de talento gritante também.
O legado de Charlie Watts é um marco para a história da música e do rock and roll. O baterista pode ter falecido, mas a sua música nunca será esquecida, afinal de contas ele é o baterista do The Rolling Stones. Uma banda essencial para a construção do atual cenário cultural e musical.