Quando me tornei leitora, passei a ser daquelas pessoas que amam um cheiro de livro novo, adoram admirar as capas por horas e horas e depois da leitura ver ele bonitinho guardado na estante junto com tantos outros faz com que o coração pule de alegria. Além disso, os livros tornaram-se quase sagrados, nada de marcações que não fossem com post-its.
À medida que os livros digitais foram ganhando mais espaço, inclusive com a comercialização de eletrônicos exclusivos para quem curte esse formato, entrei na batalha do livro digital x livros físico. Ainda assim, me mantive firme. Livro? Tinha que ser impresso, só lia no digital se não tivesse outra escolha (e provavelmente os amigos mais próximos me ouviriam reclamando até a leitura terminar).
Mas se tem um ditado certo de se cumprir na minha vida é aquele que diz: nunca diga dessa água não beberei. Afinal, nossas escolhas mudam, e que bom que mudam! Hoje eu continuo amando os livros físicos, ir a uma livraria (quando ainda era possível), folhear páginas e mais páginas… mas também sou capaz de aproveitar uma leitura no formato digital. Sim, é verdade que em muitos casos é bem mais prático, e facilita a vida para quem está sempre correndo de um lado para o outro, ter muitos livros ao alcance em poucos cliques, mesmo que eu tenha demorado a admitir.
Consegui me adaptar aos dois estilos de leitura e visualizar os pontos positivos e negativos de cada um deles. Até me libertei um pouco mais, hoje já arrisco usar um lápis para marcar trechos em um livro físico e abuso dos marcadores coloridos nas versões digitais. Às vezes uma história me arrebata de tal forma que acabo adquirindo o livro físico e digital, só para garantir.
O fato é que precisamos nos preocupar menos em criar disputas entre A e B e gastar mais tempo estimulando a liberdade, afinal ler é pura liberdade, não é? Precisamos que mais histórias alcancem o mundo, que mais autores sejam lidos, que mais livros sejam vendidos, que mais leitores sejam alcançados… precisamos estimular a leitura! O formato não deve ser a causa de disputas e limitações, e, sim, possibilitar que mais vidas sejam transformadas através de histórias revolucionárias. Livros, físicos e digitais, transformam!