O Tropicalismo foi um movimento que trouxe grandes mudanças ao cenário musical popular e da cultura brasileira entre os anos 1967 e 1968. Marcado pelas vozes de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e outros, o movimento contribuiu para uma ruptura do que era considerado “qualidade musical” em território nacional e abriu portas para incorporar elementos da cultura jovem mundial, como rock e a guitarra elétrica, no nosso país universalizando a linguagem da Música Popular Brasileira (MPB).
Apaixonada pela música nacional desde pequena, a publicitária Beatriz Pimenta decidiu estudar mais sobre a Tropicália em seu trabalho de conclusão de curso e com a ajuda da orientadora, Alessandra Oliveira, ela uniu comunicação e tropicália por meio do estudo sobre o papel do tropicalismo na formação da cultura híbrida nacional. No Mural Acadêmico desta semana, Beatriz compartilha um pouco sobre o seu trabalho e sua ligação pessoal com a música.
Mural da Ana Paula: Qual aspecto central foi estudado durante a produção do seu trabalho de conclusão?
Beatriz Pimenta: Estudei bastante sobre o movimento tropicalista, e acabei descobrindo informações que que jamais imaginei. Estudei também sobre culturas híbridas, esse tópico foi um pouco mais complicado pois tive pouco contato com essa temática durante a faculdade, mas logo comecei a estudar e me apaixonei pelo o assunto.
Mural da Ana Paula: Como sua pesquisa está dividida ?
Beatriz Pimenta: No tópico um começo fazendo um breve histórico sobre o movimento tropicalista, explicando como ele surgiu e quais seus principais objetivos. Em seguida, falo sobre culturas híbridas e cito os principais autores sobre o tema, além de trazer os conceitos do mesmo. No tópico três eu junto as duas temáticas, tropicália e culturas híbridas, e faço a relação entre as duas. Dentro do tópico três, adiciono três subtópicos, a partir da relação feita sobre a Tropicália e Culturas Híbridas.
Mural da Ana Paula: Qual foi a parte mais desafiadora de produzir o seu trabalho ?
Beatriz Pimenta: Sem dúvidas foi a conclusão. Confesso que amei tanto meu tema que eu não queria parar de escrever, por esse motivo foi muito difícil ter que finalizar meu trabalho.
Mural da Ana Paula: Você deseja aprofundar mais essa pesquisa?
Beatriz Pimenta: Com toda certeza. Pretendo fazer um mestrado e continuar estudando e pesquisando mais sobre o tema, visto que é um assunto com o qual eu tenho uma carinho muito grande.
Mural da Ana Paula: Como estudante de publicidade você também poderia ter optado pela produção de produtos mais publicitários, como campanhas visuais, jingles, etc. O que fez com que você decidisse escrever um artigo?
Beatriz Pimenta: Quando entrei no curso achei que ia me familiarizar com essas temáticas mais visuais, cheguei até a ficar um pouco frustrada pois nunca consegui me apaixonar por essa área. Mas logo entendi que a publicidade vai muito além de agências e peças publicitárias, a comunicação de forma geral é muito ampla dando abertura para a abordagem de diversas temáticas. Quando fiz TCC 1, e descobri que não precisava fazer peça publicitária e afins, pensei em fazer algo no formato radiofônico, visto que é uma área que sempre gostei muito e tenho mais facilidade. Mas optei por me desafiar e fazer algo que eu não tivesse costume de fazer, por este motivo escolhi produzir um artigo.
Mural da Ana Paula: O seu tema envolve bastante música, especificamente a música brasileira. Qual a sua relação com a MPB?
Beatriz Pimenta: Desde pequena minha mãe sempre me botou para escutar MPB, e aos poucos fui valorizando a música nacional. Eu cresci com ela em minha vida e sou muita grata por minha mãe ter me apresentado a música popular brasileira ainda tão nova, pois ela moldou a pessoa quem sou hoje.
Mural da Ana Paula: De que forma a música influencia o seu processo criativo?
Beatriz Pimenta: Tudo fica mais fácil e prazeroso com música, esse é meu pensamento. Por esse motivo sempre que estou no meio de um processo criativo boto logo uma musiquinha para acalmar e ajudar a focar.
Mural da Ana Paula: Você produziu e apresentou seu trabalho em um contexto diferente do normal. Como foi essa jornada durante uma pandemia ?
Beatriz Pimenta: Muito desafiadora. Achei que não iria conseguir, mas sempre tive o apoio da minha orientadora que esteve sempre muito presente no decorrer do meu trabalho. Alguns dias eram mais fáceis e outros mais difíceis, mas com o apoio de pessoas queridas tudo acabou se tornando menos turbulento.
Mural da Ana Paula: Qual música você definiria como a trilha sonora do seu trabalho de conclusão ?
Beatriz Pimenta: , sem dúvidas. Ela dá nome ao meu trabalho e a minha vida também. Me defino muito como uma Tropicalista, com suas roupas coloridas e em busca da inovação.